Avançar para o conteúdo

Abduções e predisposição em pesquisa

Abduzidos com investigadores com atitude positiva sentem-se mais frequentemente positivos sobre suas experiências de abdução. Suas reacções às entidades são mais positivas. As entidades são percebidas como sendo calorosas e cordiais. Frequentemente uma das entidades parece familiar ou carinhosa.

Os abduzidos vêem a si mesmos como parceiros na experiência. Eles podem até identificar-se como extraterrestres. Por outro lado, eles têm mais ansiedades vagas depois de suas experiências.

Abduzidos com investigadores com atitude negativa, em contrapartida, sentem-se mais negativos sobre suas experiências. Eles odeiam e desgostam dos seres. Os próprios seres são percebidos como frios e um tanto impessoais. Os abduzidos vêem-se como vítimas.

Você conclui A) Claramente faz diferença a qual investigador um abduzido vai e seria prudente recomendar que qualquer pessoa querendo explorar sua experiência de abdução procure um investigador com opinião positiva; ou B) Apesar das muitas alegações e medos do contrário, a influência dos investigadores prova ser quase invisível, seu toque é quase negligenciável na formulação da abdução.

Embora agora você tenha resolvido a questão pragmática para a satisfação geral, seu trabalho não está pronto ainda. Você também quer saber se estas atitudes influenciam as imagens e o enredo das histórias de abdução. Você olha para as colunas de dados e o que você lê é algo mais ou menos assim:

Investigadores com atitude positiva têm uma percentagem menor de humanóides e Grays padrão e uma percentagem maior de Nórdicos como humanos em seus arquivos. Seus casos são menos propensos ao envolvimento de tempo perdido e as experiências são mais curtas em duração.

Inesperadamente, experiências de exame são mais comuns, mas elas são menos propensas ao envolvimento de implantes, tratamento manual e dos genitais. Os extraterrestres fazem ameaças ou dão ordens para esquecer. Oferecem tours pela nave e instruem o abduzido.

Como os Irmãos Cósmicos dos contactados eles advertem sobre catástrofes futuras e cataclismos. Seus abduzidos são mais propensos a mostrar habilidades psíquicas aumentadas. Há alguns enigmas. Suas abduções envolvem paralisia. Suas naves são discóides. Os interiores são mais frios e indirectamente iluminados.

Investigadores com atitude negativa, em contraste, têm uma percentagem maior de humanóides e Grays padrão. Curiosamente, o vestígio de nariz é mais comum. Os exames mais comuns envolvem implantes, tratamento manual e os genitais, mas menos propensas a envolver recolhimento de amostras.

Em linha com o cenário Hopkins, há mais cenas envolvendo enfermarias e híbridos. Seus abduzidos são menos propensos a serem levados a um tour pela nave. Eles são frequentemente ameaçados e ordenados a esquecer. Há menos advertências sobre catástrofes futuras. Eles têm cicatrizes e marcas no corpo. Há menos sobre habilidades psíquicas aumentadas ou mudanças de hábitos seguintes às experiências.

Há também alguns enigmas. Há mais jornadas por outros mundos. Há menos ansiedade durante sua captura, menos paralisia. Suas experiências são mais longas. As naves são menos propensas a ser discóides. As salas são mais propensas a ser rectangulares ou triangulares e menos frequentemente iluminadas indirectamente.

Finalmente, seus abduzidos são menos propensos a sofrer náusea ou diarreia depois de uma experiência.

Você conclui

A) Os resultados fazem mais sentido que não. Aqueles detalhes que não fazem sentido parecem menos centrais ao drama da história e podem ser solucionáveis através de um estudo aprofundado;

B) O significado de qualquer relação entre a atitude e a descrição escapa uma pronta compreensão.

Você provavelmente já adivinhou que este estudo não é hipotético. Ele foi parte de um estudo muito maior conduzido por Thomas E. Bullard e recentemente publicado pelo Fund for UFO Research sob o título The Sympathetic Ear: Investigators as Variables in UFO Abduction Reports (O Ouvido Simpático:

Investigadores como variáveis em Relatos de Abdução OVNI). Os resultados relatados aqui são minha leitura das colunas de dados P e N de sua tabela 37.

Se você escolheu A como suas conclusões, sua avaliação concorda com a minha.

Se você escolheu B, suas conclusões concordam com a do autor do estudo. Elas são citações respectivamente do sumário depois da página título e na página 89. Eu seleccionei a parte do estudo, a maior parte do qual é excelente a propósito, como o teste mais relevante da observação de Philip Klass de que os abduzidos de Leo Sprinkle relatam extraterrestres mais gentis e afáveis do que os de Budd Hopkins.

Ele sentiu que não era coincidência que as crenças pessoais dos investigadores pareciam colorir as experiências de seus pacientes. Enquanto Bullard cita a opinião de Klass como o que está sob avaliação, ele parece esquecer os detalhes do que Klass diz enquanto o argumento se desenvolve e acaba lutando com uma posição exagerada que nenhum céptico que eu conheça jamais propôs.

Os dados de Bullard replicam o que Klass diz e a questão pragmática central sobre se é mais aconselhável indicar abduzidos a investigadores de opiniões positivas é demonstrada como prudentemente correcta.

Por que Bullard oferece as conclusões na citações B? Parece que ele considera os enigmas nos dados como tão supremos que eles invalidam qualquer alegação de um efeito investigador real. Alguns detalhes não são nem um pouco afetados pela atitude do investigador.

Embora seja uma questão válida se o que está envolvido é um retrato completo do fenómeno da abdução, o fato permanece que os dados não contradizem as alegações específicas que foram feitas pelos críticos que ele cita.

Seria interessante saber quanto leitores deste estudo aceitam a conclusão de Bullard sem olhar para a tabela de resultados. A razão principal que eu me incomodei em apurar novamente as coisas é que as duas linhas que eu citei pareciam muito improváveis. Uma pessoa não pode ler a literatura de abdução OVNI sem ver que a mão do investigador é bem visível. Alguns exemplos:

* Christie aceita totalmente a ideia de Irmãos Cósmicos e participou de convenções onde ela conversa sobre belíssimos seres espaciais. Ela frequenta uma reunião entre seu namorado e Budd Hopkins e eventualmente faz regressão, revelando uma experiência envolvendo agulhas em seu nariz e vagina.

Hopkins conclui que sua mudança de ideia prova que Irmãos Cósmicos são um mito e que abdução são traumaticamente reais (Int’l UFO Reporter, Jan/Feb. 1987);

* Johns Mack repetidamente pergunta a abduzidos por que híbridos, se devem repopular uma terra pós holocausto, parecem tão apático e pálidos. Nós descobrimos em seguida que Jerry tem uma abdução onde o híbrido é visto como jovens lindos e angélicos. Peter proclama que eles não parecem apáticos para ele, mas têm uma vitalidade própria. (Abduction, p. 415);

* David Jacobs acha que os extraterrestres são totalmente não humanos e declara que alegações de contactados são um critério conveniente para decidir quais relatos são provavelmente falsos. (Secret Life, pp. 236, 284.) Os pacientes de Richard Boylan obtêm uma variedade sugestiva de pelo menos uma dúzia de raças que partilham características humanas como uma reverência pela vida e a importância de cuidar de crianças.

Um capítulo dedicado a mensagens dessas experiências é preenchido com material idêntico ao de contactados dos anos cinquenta até mesmo ao ponto da defesa do vegetarianismo. (Close Extraterrestrial Encounters, chapter 14, 15.)

Cada um deles irá sem dúvida insistir que seus métodos são superiores, que seus resultados são mais críveis que os pontos de vista anteriores. Também sem dúvida alguma, seus pacientes concordarão. Alguém está errado aqui. Eu não ficaria chocado se todos estão errados aqui. Já que ufologistas estão até certo ponto colhendo o que eles acreditam, tenha cuidado com que pontos de vista você se alinha.

Eu imagino se nós poderíamos convencer Camille Paglia* a se dedicar à ufologia. Eu adoraria ver que tipo de extraterrestres ela encontraria.

por Martin Kottmeyer, publicado em The Devil’s Advocate no.6

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Luís Aparício

Luís Aparício

Chefe de redacção, fundador e activista.