Esses objectos aéreos desconhecidos eram chamados de Foo-fighters, palavra composta da conjunção da palavra francesa “feu” (fogo) e da palavra inglesa “fighter” (avião caça); embora as fileiras militares também os chamavam de “Krauts fireballs” (bolas de fogo dos “Krauts” – este último termo fazia referência aos alemães), pois acreditava-se que os objectos eram algum dispositivo bélico de procedência nazi. E no transcurso da guerra, foram notificados inúmeros incidentes ao Comando Militar dos aliados.
Na noite de 23 de Novembro de 1944, pilotos da 415ª Esquadra de Caças Nocturnos dos Estados Unidos, baseado no território francês de Dijon, protagonizaram um avistamento envolvendo os Foo-fighters. Esta esquadra efectuava missões de combate e reconhecimento sobre a zona do Rim, ao norte de Estrasburgo, e a sua tripulação era formada pelo piloto tenente Ed Schlueter, pelo radialista Donald J. Meirs e pelo tenente Fred Ringwald, oficial da inteligência militar que viajava como observador.
Num dado momento, o tenente Ringwald ficou surpreso ao ver que algumas estrelas distantes haviam se aproximado e converteram-se em esferas luminosas alaranjadas.
Eram em torno de oito a dez objectos pequenos que se movimentavam em altíssimas velocidades e mantinham-se próximas ao avião. O radar de bordo nada acusava tal qual o radar de terra. Subitamente, essas estranhas esferas luminosas desapareceram e, logo em seguida, reapareceram ´muito mais longe. Poucos minutos depois, elas desapareceram definitivamente.
No dia 27 de Novembro de 1944, dois pilotos americanos, Henry Giblin e Walter Cleary, encontravam-se com uma bola de luz laranja quando voavam nos arredores da cidade de Speyer, na Alemanha, às margens do rio Reno.
O objecto voava a cerca de 400 quilômetros por hora e a cerca de 500 metros sobre o seu avião. Decidiram iniciar uma perseguição ao inusitado objecto e notificaram a estação de radar de terra sobre o fenómeno, que respondeu-lhes não estar a captar absolutamente nada.
O radar de bordo do avião começou a apresentar falhas, levando-os a abortar a missão e a regressar à base.
Em Antuérpia, na Bélgica, em Setembro de 1944, por volta da 21:00 horas, um soldado canadense observou uma esfera luminosa no céu indo em direcção á fronteira. Ele estimou que o objecto não deveria ter mais que um metro de diâmetro e, ainda, parecia ser feito de vidro fumado. A esfera emitia uma forte iluminação que não parecia vir da sua superfície, mas sim, do seu interior.
Nenhum som foi ouvido. Menos de um minuto após o avistamento da esfera, outras cinco, aparentemente iguais a primeira, também foram avistadas pelo soldado e seguindo a mesma rota.
Mas os Foo-fighters não foram avistados unicamente no cenário europeu da guerra. O fenómeno foi relatado também no Extremo Oriente, sobre o Japão e sobre a Lagoa de Truk. Há registros de avistamentos dos Foo-fighters pelas tripulações dos bombardeiros B-29 sobre o Arquipélago Nipon.
No dia 12 de Agosto de 1942, o sargento Stephen Brickner, da Primeira Divisão da Marinha, estava a voar em formação com a sua esquadrilha sobre a ilha de Tulagi, ao sul das Ilhas Salomão.
Por volta das 10:00 horas, uma formação de pelo menos 150 Foo-fighters voavam a uma altura incrível, bem acima das nuvens e sobre a esquadrilha. O sargento Stephen Brickner achou muito difícil serem máquinas japonesas ou alemãs.
Não houve confronto, mesmo porque seria impossível atingi-los pela enorme altitude em que se encontravam. O interessante é que esses veículos pareciam ser esféricos, de cor cinza metálico e giravam em torno de seu próprio eixo.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os Aliados perceberam que não havia o menor fundamento na hipótese de se tratar de alguma espécie de arma nazi. Na verdade, os Foo-fighters também perseguiam os alemães. Havia tantos relatos dos pilotos da Luftwaffe sobre essas misteriosas máquinas voadoras que, em 1944, foi criado o projecto secreto de investigação denominado “Sonder Büro nº 13” (Base Especial nº 13).
Este projecto, que se ocultava sob o nome de “Operação Uranus”, era composto por oficiais de aviação, engenheiros aeronáuticos e conselheiros científicos. O “Sonder Büro nº 13” tinha o objectivo de recolher, avaliar e estudar os relatórios de observações dos pilotos sobre estranhos objectos voadores que apareciam perto dos aviões alemães e, ainda, voavam com eles em formação durante alguns minutos. Com efeito, parece que os alemães começaram a ver estes estranhos objectos desde 1943, onde os relatórios começaram a chegar no Estado Maior Superior do Exército do Ar da Alemanha.
A criação deste projecto de pesquisa secreto pelo alto comando militar alemão prova que os Foo-fighters eram um mistério a ser desvendado também para os nazis.
Em 1943, um ano antes da criação do projecto “Sonder Büro nº 13” pelos alemães, os ingleses haviam criado uma pequena organização que tinha o mesmo objectivo. Dirigido pelo tenente general Massey, este projecto britânico foi chamado de “Projeto Massey” e apurou, após um inquérito preliminar, que as luzes que circulavam no meio dos bombardeiros eram flashes provocados com fins psicológicos para desorientar e assustar os pilotos – uma arma psicológica nazi.
O projecto Massey, neste inquérito preliminar, refletia a opinião dos aliados com relação aos objectos aéreos não identificados durante a guerra.
Explicação fornecida por um ex-oficial aviador da USAF, que quis ter sua identidade resguardada porque, na época, ainda trabalhava para uma repartição da USAF. declarada pelo próprio, textualmente para a revista “American Legion Magazine”, de Nova Iorque:
“(…) provavelmente os Foo-fighters são o desenvolvimento de uma arma psicológica usada pelos alemães. Durante as missões nocturnas sobre a Alemanha ocidental, eu avistei por várias vezes discos ou globos luminosos que perseguiam as formações aéreas. Como se sabe, os caças nocturnos alemães tinham potentes faróis colocados na proa ou nos cubos das hélices… faróis que tinham a finalidade de apontar para o alvo, para enquadrá-lo melhor, e também para ofuscar as metralhadoras das torres de comando dos bombardeiros inimigos. E esses faróis resultavam em frequentes alarmes que provocavam uma continua tensão nervosa nas tripulações de nossos aviões, baixando o rendimento das suas acções. E no último ano de guerra, os alemães enviaram contra nós um certo número de corpos luminosos aéreos radio-comandados para perturbar o dispositivo de ascensão dos motores e o funcionamento do radar de bordo”.
Esta é uma das raras fontes que indicava a certeza das fileiras militares de que os foo-fighters eram uma arma secreta alemã – ignorando que os próprios alemães também eram incomodados pelo mesmo fenómeno, a ponto de criar um projecto especial para lidar com o assunto.
Outros comentários de oficiais dos Serviços Secretos para a revista “American Legion Magazine” sugeriam que o fenómento dos Foo-fighters nada mais era que aparelhos radio-controlados que os alemães enviavam para interferir nos radares aliados durante os bombardeamentos nocturnos.
Porém, o “Projecto Massey” progrediu nas suas investigações e, através de um espião infiltrado (um agente duplo) na Alemanha, foi descoberto que os Foo-fighters não eram dispositivos alemães, pois os próprios nazis cogitavam a possibilidade de serem dispositivos bélicos aliados.
Um ano depois, em 1944, o “Projecto Massey” foi extinto pelos ingleses – coincidindo com o facto de que o agente duplo foi denunciado e executado pelos alemães na primavera daquele ano.
De qualquer forma, surgiram outras explicações para o fenómeno.
No dia 01 de Janeiro de 1945, o editor científico da “Associated Press”, Howard W. Blakes, numa entrevista radiofônica, disse que os Foo-fighters eram apenas o fenómeno dos “Fogos de Santelmo”. Ou seja: luzes naturais produzidas por indução eletrostáctica das asas e extremidades dos aviões. Segundo Howard W. Blakes, como não eram objectos materiais, eles não poderiam aparecer mesmo nos monitores dos radares, tal qual os relatórios militares afirmavam.
Dentre aqueles que defendem que os Foo-fighters eram armas secretas alemãs, sobressai o nome de Renato Vesco, um engenheiro aeronáutico e escritor alemão. Segundo Vesco, os Foo-fighters eram veículos voadores não tripulados com o nome código de “Feuerball”.
A principal finalidade desses engenhos era interferir nos radares aliados através da ionização da atmosfera obtido a partir de fortes campos electrostáticos e impulsos eletromagnéticos gerados por válvulas Klystron. Controlados a partir de terra via rádio, a propulsão era retirada de um motor de reacção – um tipo especial e secreto e que era a causa do halo luminoso que daria ao engenho o nome de “Feuerball” (bola de fogo).
Será que os Foo-fighters eram realmente uma arma secreta nazi, Fogos de Santelmo ou uma manifestação do fenómeno ovni na Segunda Guerra Mundial?
O facto é que, terminada a guerra, o fenómeno das “esferas luminosas” continuou e ainda continua a manifestar-se em diversas circunstâncias ao redor do mundo… e, em alguns casos, não são explicáveis como fenómenos naturais e humanos.