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Entrevista a Pablo Villarubia Mauso

“A abdução é um fenómeno digno de ser estudado”

O fenómeno Ovni tem muitas vertentes. A componente adaptativa, face à mutação do mesmo, é fundamental para o trabalho do ovnilogista. É esta a posição de Pablo Mauso, jornalista, investigador e colaborador de publicações como “Mas Alla”, “Enigmas” e “Año Cero”.

Pergunta: Qual é a tua opinião quanto à origem do fenómeno OVNI ?

Pablo Villarubia Mauso: À medida que fui viajando e investigando, os conceitos iniciais que eu possuia sobre o fenómeno OVNI foram mudando. Da certeza inicial de que se tratavam de seres vindos de outros planetas em naves espaciais, passei a ver que o fenómeno se complicava, se misturava com outros elementos, como a parapsicologia, por exemplo. Na verdade o fenómeno me parece camaleónico, mutante e adaptativo ao longo do tempo. Na época dos grandes médiums espíritas sucederam-se as famosas projecções de ectoplasma e outros fenómenos físicos atribuidos aos espíritos dos mortos. Estes fenómenos deram lugar a outro tipo de manifestações, as psicografias e mais recentemente as curas através dos espíritos, como Zé Arigo ou Edson de Faria. Na ovnilogia primeiro vieram os “marcianos”, as famosas vagas de humanóides de 1954 na França, os contactados e as suas seitas, as abduções e os ataques de chupa-cabras. Parece que o fenómeno OVNI possui uma grande versatilidade, capaz de enganar os investigadores. Quando pensamos estar próximos da resposta esta esvai-se entre as mãos, como areia…Antes parecia-me absurdo considerar que “algo” mexe os fios do fenómeno, algo que escapa ao nosso controle e que nos manipula. Depois de ter entrevistado o ovnilogista mexicano Carlos Ortiz de la Fuente, que foi amigo de Jacques Vallée, passei a considerar a hipótese de que o fenómeno encobre outras “coisas” e intenções.

P: A hipótese intraterrena é válida para explicar os OVNIS ?

PVM: Se acreditarmos em universos paralelos, e que estes estão dentro do nosso próprio planeta, talvez. Se considerarmos a hipótese de que o interior da Terra está oco e que alberga civilizações avançadas, acho mais difícil. De todas as formas, tenho verificado nas minhas viagens que muitas “luzes misteriosas” parecem emergir do interior da terra. Serão essas luzes OVNIs no sentido tecnológico da palavra? Ou entidades desconhecidas?

P: Qual foi o caso mais enigmático que estudaste ? Porquê ?

PVB: Estudei muitos casos enigmáticos que me deixaram verdadeiramente arrepiado. Posso dizer o primeiro que me vem à mente, o da morte de João Prestes Filho, em Araçariguama, em 1946 (Brasil). Morreu queimado por uma estranha luz. Ou então o caso da Ilha dos Caranguejos, no Maranhão, também no Brasil, nos anos 70, quando um marinheiro morreu de forma desconhecida dentro do barco “Maria Rosa” e outros ficaram gravemente queimados de forma desconhecida. Fico na dúvida: seria este um caso de combustão humana espontânea ou de agressão por OVNIs? A região, de todos as formas, como eu mesmo pude verificar, foi alvo de visitas de misteriosas luzes voadoras naqueles anos.

P: O que concluis do fenómeno da abdução ? Quais são as intenções dos raptores ?

PVB: Complexo, muito complexo. Admito que, inicialmente, ignorava ou, inclusive, rejeitava o fenómeno das abduções. Depois de ter conhecido alguns contactados fiquei convencido de que estava diante de um fenómeno verdadeiramente fascinante e digno de ser estudado em profundidade. Isto é uma prova de que os nossos preconceitos muitas vezes nos impedem de investigar, de procurar entender as coisas. Fico intrigadíssimo diante daqueles abduzidos ou contactados que apresentam fenómenos paranormais depois das suas experiências que, de um modo ou outro, modificam as suas vidas. Não devem ser vistos como loucos, mas como pessoas especiais, que viveram algo que ainda não conseguimos entender.

P: Qual é a morfología mais común dos nossos visitantes ?

PVB: Muito variada. Talvez pudesse dizer que é a dos “greys” ou “cinzentos”, cabeçudos e baixinhos. Mas a verdade é que encontrei casos muito díspares, desde gigantes de mais de dois metros, até seres mais parecidos com animais peludos do que com seres humanos. Estamos a falar de um verdadeiro jardim zoológico cósmico, dimensional, paradimensional, ou como se quiser chamar…

P: No caso dos visitantes extraterrenos, qual é a proveniência dos mesmos ?

PVB: Se são extraterrestres, a própria palavra já diz tudo: de fora, “extra”, da terra. Mas esse “fora” pode ser fora da nossa realidade ou dimensão, mas que podem estar bem aqui ao nosso lado. Quando entrevistei o prof. Alexander Kasantzev, pouco antes da sua morte, em Moscovo, este sábio disse-me que eles vinham de onze universos diferentes, onze universos paralelos.

P: Qual é a tua opinião sobre o povo dogon do Mali ? Eles foram contactados ?

PVB: Não estudei a fundo a história dos Dogons. Estive em novembro de 2004 com Robert Temple, em Interlaken (Suiça) no Mystery Park do Daniken. Lá ele voltou a repetir a história dos Dogons. Acho fascinante. Mas antes preciso ler o livro “Le Renard Pale” e visitar os dogons para tirar as minhas próprias conclusões. Sou um pouco “São Tomé”, por isso viajo muito e investigo “in loco” os casos.

P: Acreditas que seremos contactados de uma forma mais directa e global ? Quando ?

Não nutro nenhuma esperança a esse respeito. Não sou messiânico nem milenarista. Todas as tentativas e profecias que se referiam à vinda “deles” fracassaram. Não há que esperar nada, há que fazer algo, continuar a procurar, dentro e fora de nós mesmos.

Pedro Salgado, Novembro de 2004

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Luís Aparício

Luís Aparício

Chefe de redacção, fundador e activista.