Biagi foi afastado em 2002 da televisão pública italiana RAI, para a qual trabalhou durante 40 anos, por decisão do então primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, segundo o qual o jornalista, com Michele Santoro e Daniele Luttazzi, faziam uso criminoso da rede.
Biagi foi também um escritor produtivo. Ele publicou mais de 60 obras, entre ensaios, novelas e vários livros de banda desenhada. Os seus livros venderam mais de 7 milhões de exemplares e foram traduzidos em dez países.
Entrevista de homenagem (em vida) a Enzo Biagi, na RAI pela sua vida de jornalista.
Nesta entrevista Enzo não fala da entrevista ao Prof. Hobert – Carregue para ver
Mas onde é que Biagi nos interessa como divulgador do fenómeno Ovni?
Na sua imensa produção literária figura o livro “O Crepúsculo dos Deuses” da Portugália Editora de 1961.
Biagi oferece-nos uma reconstituição ao mesmo tempo objectiva e apaixonada dos anos sombrios da era hitleriana, testemunhos da trágica exemplaridade, escolhidos entre algozes e vitimas; nesta impressionante reportagem e invocação, estão representadas as vozes de uns e de outros, foram interrogadas pelo autor não somente os ex-comandantes e generais, como também os seus familiares.
Ouviu o autor também as vozes de diversos componentes da universidade como o mais famoso de todos, o professor Hermann Oberth, o pai da astronáutica, nascido em 25 Junho 1894 e falecido em 29/12/1989.
É aqui que queremos chegar, podendo dizer que para nós amantes do mistério e do desconhecido este livro é histórico e será uma revolta contra a mordaça do governo norte-americano em seguir a xenófoba conduta do orgulhosamente sós.
Na página 103 vem transcrito este parágrafo:
Quando, mais tarde, expôs as suas ideias e os seus projectos chamaram-lhe visionário. «Fantasias», acusavam-no disso os peritos, «sonhos irrealizáveis». Agora Hermann Oberth afirma que os planetas, que existem à nossa volta, são habitados, e os «uranidos», como lhes chama, fitam-nos.
— Agora mesmo o foguete condutor — dizia ele — está ultrapassado. Estudei um veículo que parte do princípio do helicóptero, mas é muito mais económico, e muito mais seguro. Vê? Trata-se de um sistema de coxins de esferas. —
Notamos aqui já um pequeno desvendar do véu, a palavra «Uranidos fitam-nos», quer dizer têm-nos debaixo de olho, somos controlados, estamos sobre protecção ou sobre vigilância.
Uranidos vem de Urano, o tal planeta azul com um buraco que gira com o próprio planeta mais parecendo um olho ciclópico como o olho de Júpiter.
A terra tem a sua atmosfera azul, esse azul é resultante do Ozono que nos protege da radiação cósmica. Urano é tão azul que não se consegue ver nada na sua superfície. Se houver habitantes à sua superfície, os mesmos estão decerto devidamente protegidos da perigosa radiação cósmica.
Se na Terra há zonas menos transparentes nesse azul protector e nós vivemos cá em baixo sem sermos afectados pela radiação nociva cósmica, e estamos tão pertos do Sol, então Urano com uma atmosfera tão intensa de azul terá necessariamente de ter vida, à sua superfície e também no seu interior.
Pegando na palavra Uranidos do Professor Oberth, poderemos perguntar porque é que ele fala em Uranidos e não fala e Neptunidos ou em Selenitas ou em Ganimedianos.
O que é que o leva a dar este lamiré, será que esta é a ponta do iceberg, algo dentro dele o obrigava a dar este agradecimento por serviços que lhe foram prestados. Parecia que o seu coração ansiava pela divulgação e pelo agradecimento público a favores desses Uranidos.
Pegando outra vez nas palavras do Professor Oberth, ele diz «Estudei um veículo que parte do princípio do helicóptero, mas é muito mais económico, e muito mais seguro».
A pergunta poderá ser feita ao contrário, estudou ou foi-lhe mostrado, se ele diz que os foguetes já estão ultrapassados porque é que ele e Wernher von Braun ajudaram a América entrar em orbita terrestre?
Porque é Oberth não conseguiu que a América tivesse seguido os seus estudos sobre esse tal engenho. Será que o seu dever de Alemão (Romeno) não lhe permitiu a divulgação dum assunto tão melindroso, colocando nas mãos dos Americanos uma tão importante arma ou os Americanos não tiveram interesse em fabricar um veículo que num ápice estaria a ser também fabricado em outros países?
Decerto que quando esteve na NASA foi pago para desenvolver o veículo que a NASA queria e não aquilo que tinha projectado ou que alguém lhe tivesse mostrado.
Mas continuando no fenómeno Uranido, temos que continuar a analisá-lo à posteriori desde a data desta entrevista possivelmente em 1960 até aos dias da gloriosa corrida para o espaço, findando no almoço de despedida, do tempo que esteve ao serviço da NASA. Oberth esteve ao serviço da NASA entre 1955 e 1959, daí ser provável que a entrevista ao Enzo Biagi tenha acontecido realmente depois da sua saída da NASA possivelmente em 1960, já que o livro de Biagi saiu em 1961.
Nesse célebre almoço o Professor Hermann Oberth, disse poucas palavras e aquelas que mais impressionaram os presentes foram: «Meus senhores, nós fomos ajudados por seres pequeninos, vindos do espaço».
Mais uma vez está presente no espírito do professor Oberth o espírito de gratidão, por algo que recebeu e o tornou tão famoso. Parece que durante anos foi visitado por seres desse Urano misterioso e enigmático velado por esse azul que não deixa ver nada de si.
Oberth tinha essa fisgada, aproveitar este almoço e à frente de tanta gente importante da NASA para quebrar a arrogância Americana de que tinham sido eles inventado e desenvolvido o foguete, quando a NASA recebeu indicações de seres de outras proveniências espaciais.
Esta curta estadia na NASA poderá ser um indício que algo ia mal nas suas relações com a NASA ou com o Wernher von Braun. Enzo Biagi quando o inquiriu sobre Von Braun ele disse «— Em Berlim fiz experiências de astronáutica, e entre os estudantes encontrava-se Werner von Braun— Seguiu-se um dos muitos longos silêncios, e a conversa derivou para argumentos menos técnicos.».
Possivelmente não agradaria à NASA alguém tão importante a falar de ovnis e a propor outros veículos que não fosse o foguete.
Aqui neste artigo o Professor Oberth, avança com a ideia de que os seres extraterrestres, estão aqui e não lá, como a NASA pretende.
Faz-nos lembrar a velha máxima do Carl Sagan, extraterrestres sim, ovnis não. Quereria ele dizer, naquela estrelinha lá em cima a n milho~es de anos luz há vida, mas não é possível eles virem até nós.
Fazendo a leitura de outra forma, deixem-nos estar onde estão porque se eles vêm até nós vêm fazer concorrência à nossa ciência e nós logo de imediato não conseguimos explicar ao contribuinte os dinheiros que lhes pedimos, porque nós não percebemos nada da tecnologia deles. Se eles, os ovnis, por aí apareceram vai ridicularizar a nossa ciência, por isso segundo o Carl Sagan era melhor que existem seres noutras estrelas mas nada de ovnis entre nós.
Com Oberth, temos o contrário ele preconiza que eles estão entre nós e nós já fomos ajudados, é a visão do reconhecimento, da gratidão.
Dr. Hermann Oberth Looks at UFOs
By Rho Sigma
Fate Magazine, July 1968
Professor Oberth said: “In my opinion, science should regard anything as possible so long as it cannot be proven impossible by facts based on observations. Each explanation should be considered valid as a working hypothesis until observations are presented to contradict it. I do not concern myself with UFO research because it is along the line of space travel and because I believe that objective persons should screen the material which is gathered in commendable fervor even by persons who are not always objective.”
Further, Oberth said: “It looks as if UFO research will go through the same stages as the automobile, aviation, space travel, bacteriology.”
In his reference to NASA, Oberth said: “NASA is busy telling us that there is a high probability of life in the universe but it’s all far out there, not here. Frankly, when one looks long and carefully at the UFO evidence one wonders if perhaps it’s not conceivable that some of it has found us – rather than vice versa. But to date my own efforts to get NASA to consider that intriguing possibility seem to have been ignored.. I realize, of course, that there may be semi-political considerations that make it awkward for NASA to fish in these waters..” http://www.mufon.com/znews_oberth.html
Parece que o relacionamento de Oberth com a NASA ia muito mal devido ao facto de ter começado a falar deste assunto tabu, os ovnis e inclusivamente ter sido publicado um artigo na revista “The American Weekly”
Flying Saucers Come from a Distant World
By Professor Hermann Oberth
The American Weekly, October 24, 1954
Professor Hermann Oberth started the article with the following statement: “It is my thesis that flying saucers are real and that they are space ships from another solar system. I think that they possibly are manned by intelligent observers who are members of a race that may have been investigating our earth for centuries. I think that they have been sent out to conduct systematic, long-range investigations, first of men, animals and vegetation, and more recently of atomic centers, armaments and centers of armament production. They obviously have not come as invaders, but I believe their present mission may be one of scientific investigation.” http://www.mufon.com/znews_oberth.html
As célebres declarações do Professor Oberth dizem:
Nós não podemos tirar as honras só para nós destes avanços científicos, nós fomos ajudados por pessoas de outros mundos.
Dr. Herman Oberth, father of modern rocketry, is quoted as saying in 1954, “(UFOs) are conceived and directed by intelligent beings. They probably do not originate in our solar system.” Years later he was quoted as saying, “We cannot take the credit for our record advancement in certain scientific fields alone. We have been helped.” When asked by whom, he replied, “The people of other worlds.”
Dr. Wernher von Braun, reflecting on the deflection of the US Juno 2 rocket from orbit in 1959, stated, “We find ourselves faced by powers which are far stronger than we had hitherto assumed, and whose base is at present unknown to us.
More I cannot say at present. We are now engaged in entering into closer contact with those powers, and in six or nine months time it may be possible to speak with some precision on the matter.”
http://www.exopoliticsinstitute.org/Journal-vol-1-1-Ware.doc
Outra versão das declarações sobre a ajuda ET
ao programa dos foguetes Americanos
Em Julho de 1950 já se faziam experiências com o lançamento do foguete Bumper 2 baseado nas V2 alemães. Ora este tipo de foguetinho não tinha a capacidade de colocar em órbita cargas pesadas e quando em de um derivado das V2.
Quando começou a corrida para o espaço os foguetes americanos subiam durante algumas centenas de metros e depois caíam, explodindo na base de lançamento.
Passado por tempo houve um retrocesso no insucesso, os foguetes americanos passaram a ter a capacidade de subir em direcção ao espaço exterior, perante tal desenvolvimento jornalista perguntaram ao professor Hermann Oberth, a que se devia tal sucesso. O mesmo apontou o indicador para o céu e disse «graças aos seres do espaço».
Os mesmos jornalistas fizeram a mesma pergunta ao Wernher von Braun e este também apontou o dedo para o céu e disse «graças aos», não completou a frase mas os jornalistas tiveram a percepção que alguém do espaço exterior tinha ajudado a América a entrar no espaço.
Colecção de alguns sucessos e insucessos de foguetes americanos que subiram e outros que explodiram.
Perante as afirmações iniciais do professor Hermann Oberth, podemos especular se os tão famosos engenhos anti gravíticos que o José Garrido http://ovnis.esoterica.pt/, divulgou primeiramente no seu site, serão ou não produto da ajuda dos Uranidos ao governo Hitleriano.
Será que os Uranidos sempre andaram entre nós e ao longo dos anos tivemos ajudas no campo da investigação espacial?
Aqui neste site encontramos uma outra versão dessas palavras sobre esse comentário do Von Braun, mas é capaz de conduzir ao mesmo espírito, embora não esteja aqui as palavras do professor Hermann Oberth.
Muchas son las revistas dedicadas al tema de la vida extraterrestre que le incluyen entre sus colaboradores y otras que también le incluyen en entrevistas. Entre sus más celebres amigos se encuentra el profesor Herman Oberth – padre de la Astronáutica – y el maestro de Werhner. Von Braun, inventor de los Saturno V, – que llevaron al hombre a la Luna-.
De la amistad. que les unió se desprende el interés de estos científicos alemanes por el tema extraterrestre..
Von Braun mismo, durante una conferencia sobre los alcances de la carrera espacial, pronunció las siguientes palabras:
“Nos creemos genios pero sólo somos discípulos.¿De quién? No lo sabemos a ciencia cierta. Nos encontramos frente a seres extraterrestres mucho más inteligentes que nosotros. ¿De dónde proceden? Del espacio, de cualquier lugar. Tal vez de Venus, tal vez de Marte. . ,. O tal vez de un planeta desconocido. . . “.
http://www.foroaforo.com/foros/archive/index.php?t-6616.html
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wernher_von_Braun.jpg/180px-
http://www.tecnoclasta.com/2007/10/06/falhas-da-corrida-espacial-foguetes-explodindo/
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u343284.shtml
http://www.mufon.com/znews_oberth.html
http://www.ufofu.org/blog/2007/03/06/citation-herman-oberth/
http://www.exopoliticsinstitute.org/Journal-vol-1-1-Ware.doc
Extracto do Livro “O Crepúsculo dos Deuses” da página 101 a 106
O PAI DA ASTRONÂUTICA
CHOVIA quando cheguei a Feucht. O professor espera-
va-me na sala de jantar. Estava defronte da janela, fi-
tava o melancólico jardim, as tenras folhas de uma
hortênsia. Hermann Oberth é considerado «o pai da
astronáutica», mas a nossa conversa não começou com
os foguetes, os voos espaciais ou as presumíveis con-
quistas de Marte e da Lua; o professor Oberth falou-me
da alma, da grandeza do Homem. — Todas as células —
disse Hermann Oberth—têm a sua alma. O cérebro
é o director-geral de todas estas pequenas almas e
comanda-as. Sem alma não existiria sequer a vida fí-
sica. Com o exercício o nosso corpo fortifica-se, porque
opõe uma resistência activa, todavia a máquina gas-
ta-se. — Ergueu-se, procurou um volume e leu algumas
frases. — É um livro — explicou — que publiquei recen-
temente. Trata destes problemas.
Ouvia-se através da parede o som de um televisor,
algumas risadas e, de vez em quando, o ruído das gotas
de encontro aos vidros.
— O que o levou a essas investigações? — pergun-
tei.—Talvez a dor…
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Fitava o velho estudioso de olhos penetrantes, que
falava pacatamente, quase com dificuldade, e pensava
no seu filho morto na Rússia, numa filha que falecera
com vinte anos.
—Talvez—volveu—; mas eu dou a demonstração
científica da existência da alma.
Criavam-se entre nós longos silêncios: «Este pro-
fessor de ginásio», pensava para comigo, «afirmou há
mais de trinta anos que era possível construir máquinas
capazes de ultrapassar a atmosfera terrestre, de vencer
a força da atracção, de transportar para os espaços cria-
turas humanas, e o tempo deu-lhe razão. Descreveu um
tipo de foguete e inspirou a V-l; traçou a luta do astro-
nauta e os planetas artificiais, imaginou o futuro. Agora
tenta explicar o sentido da existência, perscrutar o nosso
destino».
Olhei os quadros das paredes. Cenas e cores de
postais ilustrados, paisagens de montanha, com casebres
de telhados vermelhos e ribeiros verde-garrafa; um gato
negro de porcelana guardava seis ovos, na vitrina, e
olhava-me taciturno.
—Pensei na navegação astronáutica quando era
ainda muito jovem — narra Oberth. — Aos treze anos,
parece-me. Estava a ler um livro de Júlio Verne. Era
de noite e agitava-me na cama. Não pode ser, dizia
para comigo, não pode ser um canhão que projecte o
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homem. Qualquer coisa deve levá-lo para junto das
estrelas.
Quando, mais tarde, expôs as suas ideias e os seus
projectos chamaram-lhe visionário. «Fantasias», acusa-
vam-no disso os peritos, «sonhos irrealizáveis». Agora
Hermann Oberth afirma que os planetas, que existem
à nossa volta, são habitados, e os «uranidos», como lhes
chama, fitam-nos.
—Agora mesmo o foguete condutor—dizia ele—
está ultrapassado. Estudei um veículo que parte do prin-
cípio do helicóptero, mas é muito mais económico, e
muito mais seguro. Vê? Trata-se de um sistema de coxins
de esferas. — Tomava a minha agenda e desenhava mui-
tos pequenos círculos entre duas linhas e fazia cál-
culos. — Posso alcançar — explicou — os três mil e seis-
centos quilómetros por hora.
—Que riscos corre o piloto?—inquiri.
Olhei os quadros, os seis ovos, o gato negro, as gotas
que deslizavam de encontro às vidraças, e parecia-me
escutar uma história impossível, ter voltado atrás,
às aventurosas histórias da adolescência. O professor
Oberth tornou a pegar na minha agenda e durante alguns
instantes concentrou-se: desenhou figuras geométricas e
fez algumas multiplicações.
—No foguete condutor, o que experimentam agora,
em duzentos pilotos falha um. No meu veículo, em vinte
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e cinco milhões arrisca-se um piloto. Uma viagem mais
segura do que ir de automóvel daqui a Munique.
Como sempre, falava sem arrogância, mas demons-
trando segurança; parecia-lhe que o seu discurso era
óbvio; naturalmente a minha atitude de ignorante, algo
assustado, se não incrédulo, podia ofendê-lo. Disse: —
Em Stuhlingen estudei uma astronave eléctrica; em 1935
propus ao Governo a antiaérea de foguetes, que fun-
cionavam com nitrato de amónio e que dariam grandes
resultados. A minha invenção foi rejeitada; um número
demasiado grande de industriais tinha interesse em fabri-
car aeroplanos de caça.
Falei-lhe de Von Braun, disse-lhe que o vira em
Estocolmo, vivíamos no mesmo hotel; perguntei-lhe se
o considerava seu discípulo. — Em Berlim fiz experiên-
cias de astronáutica, e entre os estudantes encontra-
va-se Werner von Braun—precisou. Seguiu-se um dos
muitos longos silêncios, e a conversa derivou para argu-
mentos menos técnicos. Falámos de política, e o dis-
curso tornou-se confuso e mesmo algo ilusório. Oberth
falou das contradições que apavoraram a consciência das
pessoas de quarenta anos, de tempos melhores, e tam-
bém de Hitier.
—As pessoas—exclamou—já tiveram mais ideais.
Agora, porém, é muito difícil tomar a sério as fés polí-
ticas, porque não respeitam quase nunca a moral. Por
exemplo, aos nossos filhos disse-se que a verdade estava
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no nacional-socialismo, depois subitamente estabeleceu-se
que tudo era falso. Disse-se que a guerra e o milita-
rismo são combatidos, e agora fabricam-se armas e ins-
truem-se soldados. Goebbeis afirmava que a arte mo-
derna não é arte, e agora tornou-se a autêntica arte.
A política de Hitler levou-nos à ruína, eu sou contra a
ditadura, pois não é justo que um só decida e comande,
mas o Führer não deixava de ter razão quando afirmava
que o interesse público deve preponderar sobre o pri-
vado.
Falou-me da criminalidade juvenil, que, como Goeb-
beis previra, aumentou: dos idealistas que pensavam,
tanto em 1914 como em 1939, em criar para a Alema-
nha e para o mundo melhores condições de vida; do
erro que os nazis haviam cometido, considerando todos
seus inimigos, os grandes proprietários, os Judeus, os
bolchevistas e os Ingleses, e repetiu-me uma frase que
por esses lados se ouve frequentemente: «Os vencedo-
res têm sempre razão». E depois de Hitler e Goebbeis
citou também Aristóteles: — Aristóteles disse — sole-
trou—que, se se caminhar demasiado sobre o lado di-
reito, arriscamo-nos a acabar no fosso da direita, e se
caminharmos demasiado à esquerda, vamos acabar no
fosso da esquerda. É necessário estar no meio.
Achei modestas e contraditórias as suas teorias polí-
ticas; afirmou que «o Estado deve servir os homens»,
e disse que a Alemanha viveu uma época feliz de 1934
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até 1938; foram os anos em que foram quebradas as
montras das lojas dos Judeus, das perseguições políticas,
dos «livros proibidos» queimados nas praças públicas.
Afirmou que a guerra não é o melhor meio para resol-
ver os problemas económicos e as relações entre os
povos, e considerava ainda idealistas os que a deseja-
vam, parecia-lhe que estavam, efectivamente, convenci-
dos de que Deus estava com eles.
O idoso professor Hermann Oberth, encerrado na
sua silenciosa dor, nos seus estudos, na investigação
de novas vias nos céus, raciocinava, sobre as vicissitudes
da Alemanha e sobre as crises do espírito alemão, com
a desenvoltura de muitos que não sabem e não que-
rem admitir ou desejam esquecer.
Todas as manhãs às seis horas está à sua mesa de
trabalho, sai apenas para alguns solitários passeios, não
tem muitas relações humanas e, ao entregar-se ao es-
tudo dos muitos porquês da nossa existência, esquece
porventura as razões de muitas tristezas da nossa re-
portagem. Certamente que no seu olhar penetrante não
há astúcia, tão-pouco no seu coração. Efectivamente
escreveu: «Ë moral aos meus olhos tudo o que con-
tribui para tornar o mundo mais justo, melhor e mais
belo.»
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Luís Aparício
luz@oninetspeed.pt