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FENÔMENO EM SETE CIDADES

Esse caso aconteceu em 1933, com pessoas simples do campo, analfabetas e bem distante da ufologia moderna. Daí talvez a linguagem confusa de algo FENOMENAL E incompreensível para os protagonistas:

Há muitos anos conhecíamos uma antiga história fenomenal, que teria se passado nos bosques das Sete Cidades do Piauí (Brasil), muito antes da criação do Parque Nacional, com o tio de um velho funcionário. Este funcionário, falecido há uns quatro anos era o sr. Aderson Mendes, que morava num sítio, próximo ao Parque Nacional.

Nos contava o sr. Aderson que, nos anos de 1930, seu tio, de nome Manoel Mendes, durante uma caçada pelas terras que depois seria o Parque Nacional, foi acometido por uma estranha aparição, na forma de uma reluzente mulher, que carregava consigo três esferas brilhantes, de cores azul, vermelha e verde.

Esta enigmática dama teria atirado em seu tio a bola verde, o que provocou um frio danado. Depois a bola azul, que era quente…
Mas, não precisamos continuar o relato do falecido Aderson. Isso porque, somente em 2000 é que descobrimos que este tio dele ainda estava vivo, com mais de 90 anos.

Morava em Piracuruca, cidade vizinha ao Parque. Foi aí que resolvemos procurar o ancião, para ouvir do próprio protagonista, a verdadeira história.
Vamos então observar que não havia a mulher fenomenal, mas algo como crianças(?). Publicamos este incrível caso no nosso livro ARREPIOS E ASSOMBRAÇÕES EM SETE CIDADES (2001):
“Nos conte o caso com detalhes- Pedimos ao alquebrado mas lúcido ancião.

Isso faz muito tempo. Nessa época, ali pelo Riachão, dentro do atual Parque, só tinha um morador, o Chagas. Era o ano de 1933. Eu tava caçando com o João, que era meu sobrinho e afilhado. De repente, o cachorro começou a latir como se tivesse acuando alguma caça. Aí o menino me disse: Padrinho, acho que um mambira (um animal) matou o cachorro. Ele tava dizendo aquilo porque ouviu uma zoada medonha por cima do cachorro, que tava um pouco longe de nós.

Aí eu disse pro menino:Aquilo não é mambira, não. É coisa assombrada. Aí, de uma vez, caiu um fogo em riba (cima)de nós, vindo de riba de umas pedras. Eu levava um candieiro (lamparina) na mão que foi pro chão. O menino também caiu no chão. Eu pelejando com o menino que tava caído, e o fogo por riba de mim.

“E como era esse fogo?- Perguntamos.
“Era fogo encarnado, amarelo e azul…-Respondeu seu Manoel.
“Tinha uma mulher no meio do lugar que saía o fogo?
“Acho que não. Esse fogo vinha de riba de duas pedras. Lá em riba tinha uns meninozinhos assim como que mangando (zombando)de nós.
“E como eram esses meninozinhos? -Perguntamos.
“Era assim como quando a gente vai batizar, menino bem miudinho, tudo de roupinha branca, tudo de bonelzinho (boné). Eles ficavam passando assim de uma pedra para outra, assim com o achando graça do meu vexame.

“E esse fogo era quente ou frio?- Indagamos.
“Era quente, frio e pesado demais. Era encarnado, de toda cor…Chegava até nós como se fosse uns tufos, umas bolas…Dava um negócio esquisito na gente. Eram bolas do tamanho de um pote…

“E o que o sr. fez?- Perguntamos.
“No desespero, eu saquei uma peixeira (faca)e quando lá vinha mais um fogo na minha direção, eu furei ele. Aí foi fogo pequeno pra todo lado. Aí parece que as coisas morreram. Os fogos pequenos foram sumindo e não apareceu mais nenhum dos grandes.

Também os bichinhos que riam da gente sumira de riba das pedras. Aí tudo voltou pra santa paz de Deus.
“E o seu sobrinho, o que aconteceu?- Indagamos.
“O tempo todo ele tava no chão, desfalecido. Alevantei ele e botei no ombro e carreguei até chegar em casa, depois de muito sofrimento. Ele só foi tornar (acordar)no outro dia mas passou mais uns dois sem falar, de tão apavorado que ficou.

“Seu Manoel Mendes, o que o sr. acha que era isso tudo?- Foi a nossa última pergunta.
“O povo diz que era ouro enterrado. Mas acho que não. Sete cidades tinha muitas coisas medonhas nos tempos antigos…-Encerrou seu Manoel.”
Há décadas este estranho caso é corrente na região de Sete Cidades. Com a entrevista com o ancião, esclarecemos que não foi uma mulher fenomenal que atirou as bolas chamegantes, mas sim crianças (?) zombeteiras.

O sr. Manoel é uma pessoal de ilibada reputação na região. O sobrinho João, que o acompanhava, sempre contou a mesma história, antes de sua morte, há muitos anos.
O que seriam mesmo estes “meninos”? O que estavam fazendo? O que e porque atiraram as bolas chamegantes nos dois caçadores? Observem que as bolas multicoloridas era frias e quentes, e pesadas! E dava um negócio esquisito neles.

Creio que jamais saberemos realmente o que se passou naquela caçada de Seu Manoel e do João em 1933.
Abraços
Reinaldo Coutinho

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Luís Aparício

Luís Aparício

Chefe de redacção, fundador e activista.