Telly Paretta, interpretada pela excelente Julianne Moore, começa a procurar respostas para a sua dolorosa vivência.
Em casa o marido nega a existência da criança.
O psicólogo que a trata afina pelo mesmo diapasão.
Telly convence-se que está a enlouquecer, até que conhece Ash (Dominic West), o pai de outra criança vítima do mesmo acidente de aviação.
Os dois empreendem uma busca incessante. A NSA (Agência de Segurança Nacional) cruza-se no seu caminho e é revelado, por um representante da mesma, que os alienígenas raptam crianças e estão entre nós há muito tempo. De acordo com o membro da NSA a agência permite que isso aconteça para velar pela segurança mundial. Os homens de negro também fazem a sua aparição. Para estes a ligação mãe-filho é o mistério que lhes falta desvendar. O facto de Telly não o ter apagado da sua memória constitui a pedra no sapato dos alienígenas. É esse aspecto que permite à mãe da criança raptada recuperar o seu filho.
“Misteriosa obsessão” não é o filme definitivo sobre o fenómeno OVNI ou mais concretamente sobre a componente abductiva. No entanto tem algumas boas ideias que serão do agrado da comunidade ovnilógica.
O que fica claro após o visionamento é o extraordinário estado de transtorno em que fica Telly quando ninguém acredita em si.
A busca incessante pelo reencontro com o filho torna-se assim a força motriz deste filme.
O apagamento da memória de Jim (marido de Telly) é uma das cenas mais bem conseguidas.
A parte mais negativa acaba por ser a forma como alguns dos personagens do filme são sugados por uma força invisível que está no céu.
Esse facto faz-nos perder, por exemplo, a figura da investigadora policial ligada ao caso. Se tem continuado, a história poderia ter outra carga dramática.
No geral estamos perante um bom filme sobre abduções mas que poderia ter sido mais bem explorado.
Pedro Salgado