CAPITULO I – A CHAVE GUERREIRA
At-Má-Hás foi em outra era um corpo celeste quase todo coberto de mares salgados como os nossos oceanos de hoje, cheios de mamíferos marinhos estranhos e animais muito grandes, “sauros”, entre vivíparos vegetarianos, ovíparos carnívoros e mamíferos marsupiais, para lá transplantados de outros mundos pelos seus habitantes originais.
Depois de haver perdido a sua humanidade original, acabou ejetado do seu sistema solar por um incidente local e lançado no espaço, e foi nessa condição de planeta errante palco para abrigo de bases espaciais de povos em guerra, de acidentes catastróficos, de estufas gigantes para desenvolvimento de plantas e animais diversos, exportáveis para múltiplos destinos, e acabou capturado pelo planeta Aviz, um dos planetas gigantes do sistema solar de Sírius, onde orbitou como seu satélite por muito tempo, tendo servido para muitos usos, inclusive para gerar e desenvolver espécies vegetais e animais diversos.
Aviz orbita a terceira órbita do complexo solar Sirius A, B e C, é um planeta-sede de um gigantesco império, sociedades extraordinária como que perfeita, com seu império pacificado: não submetia mais outros povos, nem realizava guerras.
Nem todos eram conquistadores, esse estatuto era dado àqueles que apresentavam em suas formulações genéticas uma alteração implantada, uma “chave guerreira”, “Frai-ki”. Com a pacificação do império resolveram reunir todos os remanescentes, alguns deles servindo em muitos planetas fora do sistema solar de Sírius, e retirar deles a “chave guerreira”, pois ela havia se tornado desnecessária, e mesmo perigosa!
Avançados laboratórios e cidades clínicas foram edificadas no satélite At-Má-Hás para irradicar o implante genético que garantia artificialmente àquela gente a perpetuação de sua índole guerreira. No entanto, ao se verem juntos, muitos passaram a divergir, veementemente, da idéia de perderem o “Frai-Ki”.
Revoltados e exaltados criaram um governo segundo a sua determinação própria, diferente do império. Ficaram isolados clinicamente como “contaminados”. O império tentou desistissem da idéia de perpetuar a “chave guerreira”, alterando clandestinamente recursos e influências no governo, mas foram descobertos, aumentando a indignação, causando o afrontamento com o poder central do império.
Aviz reagiu, e apesar de vozes divergentes, prevaleceu entre os que integravam a cúpula dirigente a idéia de “condenar At-Má-Hás ao exílio” como um caso sem solução. O plano era expulsar o satélite e mandá-lo para um outro sistema solar, bem distante dali, com todos os contaminados e suas lideranças a bordo.
Entretanto em At-Má-Hás uma luta interna visando estabelecer liderança e poder, radicalizou-se num guerra suicida, terrível em todos os sentidos, surpreendendo todos: ali a vida ficou como que suspensa. Tal como planeado At-Má-Hás foi ejetada e fez uma longa viagem, assessorada por avançada tecnologia, monitorizada, navegando a dada altura através de uma “dobra espaço-temporal”, até à chegada ao nosso sistema solar.
Anteriormente por cá Júpiter havia sido capturado pelo nosso sistema solar, e ele próprio capturou para si 4 miniplanetas: Mercúrio, Io, Ganimedes e Europa. Darmon, um planeta rochoso, esverdeado, explodiu (asteróides+anéis saturno) (Lua e Plutão eram satélites dele) e ejetou um outro planeta (Pharma) para fora do sistema solar, perturbando muito a orbita de Vénus causando posteriormente Mercúrio deixar sua órbita satélite de Júpiter. É aqui que entra At-Má-Hás no sistema solar ocupando a órbita de Pharma, capturando a Lua, e ejetando Plutão. Isto terá sido há 2 milhões de anos.
CAPITULO II – A CARAVANA
Galáxia Andrômeda
Boa parte de onze povos que habitavam oito planetas, em três estrelas, partiram em busca de regiões mais favoráveis às suas evoluções. Eram povos avançados: dominavam incríveis fontes de energia, navegavam o espaço hiperfísico com naves semelhantes a discos, esferas, chapéus e charutos voadores, construíam cidades extraordinárias, físicas e não físicas, e apresentavam dons magníficos, como o da telepatia, a capacidade de saírem conscientemente de seus corpos físicos para trabalharem nas dimensões paralelas de seus mundos físicos e tinham a capacidade de promover a regeneração celular acelerada, o que permitia a eles, dentre outras coisas, terem uma saúde extraordinária.
Os materiais que precisavam eram fabricados por microorganismos modificados e controlados, e modo que não precisavam mais realizar, pelo menos em larga escala, a extração de minérios e de madeira, por exemplo, nem de gás ou petróleo. Viviam harmoniosamente segundo um modelo de matriarcado avançado e boa parte do que necessitavam no quotidiano já haviam sido desmaterializado num estado físico paralelo de modo que podiam aceder a objetos mediante comando, eles “materializavam-se” imediatamente e depois de se servirem, comandavam a sua “desmaterialização” de regressso ao estado inicial.
Uma grande caravana espacial com cerca de 8 mil milhões de almas partiu em suas imensas naves-mães, com mais de 52 km de diâmetro ou, no caso dos “charutos”, 16 Km de comprimento, navegando silenciosamente em uma dimensão vazia sem obstáculos onde tudo o que existe é apenas uma energia. Muitas vezes mais rápidos do que a luz.
Muitos seres vieram com seus corpos físicos, mas a maioria veio com eles desmaterializados. Eram de diversas raças: uns de pele branca (ruivos e morenos), outros de pele morena avermelhada (cabelos lisos pretos ou castanhos), outros negros (raças com e sem cabelo, raças com pele negro-azulada, outras negro-avermelhada), e outras cores de pele, todos com estaturas normais entre 1,90 m e 2,40 m, e também, em menor número, uma raça de 4 metros de altura, e uma cíclope de 1 só olho.
Aportaram num dos sistemas solares mais lindos da Via Láctea, Sírius; foram denominados por “Homaras”, os bem vindos.
CAPITULO III – Projeto Terra
Os Homaras vieram de tão longe à procura de especificações de algo [fora do nosso entendimento] que sabiam encontrariam na nossa galáxia, e nas conversações em Sírius descobriram o que tinha exatamente o que procuravam: era o planeta At-Má-Hás, exilado de Sírius, já no nosso sistema solar, de novo habitável, com a vida regenerada, a humanidade dos “contaminados” refeita, mas continuando com os problemas decorrentes da alteração genética da chave guerreira, seja, ciclicamente conseguiam desenvolver-se até um patamar avançado de civilização, contudo a partir de dado ponto acabavam em destruição geral por guerra, recomeçando de novo, até nova destruição.
Nessa altura haviam vários projetos cruzados para a humanidade do planeta, e algumas ingerências externas de outras civilizações fora da história inicial: At-Má-Hás era um planeta bélico, e também em intervenção forçada, na genética da chave guerreira, moldada mas não eliminada, em algo mais prometedor. Passaram-se centenas de milhares de anos.
Não obtante o conhecimento das dificuldades uma parte dos Homeras decidiu prosseguir e vir para cá – a maior parte da frota ficou em Sírius – estabelecendo acordos e alianças previamente. Há cerca de 600 mil anos começaram por aportar em Vénus, onde aliás já se encontravam antigos representantes do império, os que procuravam corrigir o problema, e se tinham oposto ao exílio, e haviam decidido ficar.
Foram eras de muitas complicações doravante. Centenas de milhares de anos de projetos civilizacionais, genéticos, catástrofes, recuos e progressos. Com a colaboração de outras civilizações. Por fim formou-se o consenso e a decisão de criar uma raça nativamente terreste, em vez de andar a corrigir as anteriores, aproveitando as lições adquiridas. E foi um sucesso. Estava tudo a começar a correr bem quando um fenómeno causada pelo Sol subtilmente degenerou a biologia das raças que aqui viviam, algo detetado tarde de mais.
Foi demais. Após tanto trabalho, recursos, e esperanças, tudo se perdeu, degenerando. Os Homeras, sofridos e traumatizados, abandonaram o nosso sistema regressando a Sírius, e também para as Plêiades e Orion. Iniciou-se um período de quarentena da Terra, por 200 mil anos. Nesse entretanto o planeta seria redescoberto, e outros teriam começado a procurar influenciar a biologia da Terra.
Os seres que eras atrás no império apadrinharam como filhos a humanidade dos contaminados pela chave guerreira ficaram também afetados pela decisão da quarentena e abandono à natureza do planeta, mas nunca desistiram de procurar uma solução, e regressaram com uma, em parte técnica. Reanimados com o regresso desses seres, os Homeras regressaram também, encontrando o caos, e os humanos quase iguais a macacos, e outro projeto de uma civilização avançada sobre a Terra, encontrada abandonada, sem filiação alguma, logo com direitos sobre ela, na ótica do que será a política universal.
É neste cenário complexo que tem lugar novo recomeço da humanidade terrestre, com as fases hiperbórea, recebendo migrações de outros tipos de raças e proveniências, seguindo a fase Lemuriana, e a Atlante. Estava tudo bem, quando se deu a era do dilúvio, por mais de 300 anos de excesso de água, obrigando a mais um recomeço. Contudo o projeto de uma raça genuinamente terrestre continua, a meio de uma extraordinamente complexa rede de origens, e tramas, com muitos mais milhares de anos de história.
Texto original (mais completo, mais complicado, mais polémico )
Fernando Oliveira