O chileno Rodrigo Fuenzalida e o italiano Giorgio Bongiovanni pousaram em Brasília em 7 de dezembro de 1997 com uma convicção em comum: a crença em discos voadores. Mas as semelhanças param por aí. Participantes do primeiro Fórum Mundial de Ufologia, os dois atuam em órbitas opostas. Fuenzalida vê no estudo de Ovnis uma ciência que exige provas materiais, Bongiovanni se diz mensageiro da Virgem Maria e interlocutor de ETs. As diferenças entre os dois são apenas uma mostra das várias correntes da ufologia. “Mais vale um caso bem documentado do que um relato fantástico. Ufologia não é substituto para a religião”, diz o sociólogo Fuenzalida, 34 anos, há 18 dedicado ao fenômeno dos Ovnis. “Os seres que vivem em outros planetas são 15 milhões de anos mais evoluídos que nós porque estão mais próximos de Deus”, viaja Bongiovanni, 34 anos, ex-vendedor de calçados. Figura polêmica, o italiano tem ferimentos na testa, mãos, pés e peito desde 1989, quando teria recebido a visita da Virgem Maria em Fátima, Portugal.
A aterrissagem dos ufólogos em Brasília aconteceu num templo ecumênico com a forma de pirâmide. Vindos de todo o mundo, os 80 conferencistas passearam pela feira mística montada no templo e até arriscaram desajeitados passos de lambada. Todos trouxeram a Brasília relatos sobre aparições de discos voadores e de contatos com extraterrestres. Histórias como a da ufóloga australiana Glennys Mackay, 50 anos. Ela contou que em 1971, grávida de quatro meses, recebeu uma luz forte e sua barriga sumiu sem sangue ou dor. Anos depois, Glennys soube que estava com câncer na laringe e, a caminho do hospital, os ETs a teriam guiado para um curandeiro. “Seis dias depois, minha voz voltou”, disse Glennys.