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INVESTIGAÇÃO DE CAMPO OU VIGÍLIAS

Para um trabalho sério e criterioso no campo da ovnilogia, é necessário analisar alguns pontos básicos para a realização das chamadas investigações de campo, ou vigílias. O objectivo principal é registar esse tipo de actividade, que na maioria dos casos é feita sem nenhum plano prévio, normas, métodos científicos para a recolha de dados, procedimentos organizacionais e garantias de segurança, tanto física, como psicológica. Este artigo propõe uma visão mais detalhada sobre como organizar a investigação de campo.

Com este artigo não pretendo implementar métodos de pesquisa, ou ensinar algo sobre ovnilogia e investigação, mas é inevitável negar o aspecto crítico que permeia o mesmo, pois na realidade são poucos os grupos que realizam pesquisas de campo baseadas em critérios gerais previamente definidos. A própria formação dos grupos, divisão de tarefas e responsabilidades, discussão dos objectivos e métodos de acção, são muitas vezes ignorados frente ao gosto pela aventura e sensação de superioridade ao se buscar um contacto com o desconhecido.

Em alguns casos, as pesquisas de campo são organizadas como meras viagens de “turismo”, onde um grupo de amigos poderá desfrutar de uma noite de convívio ao ar livre no meio da natureza e como ponto alto da noitada, talvez vivam fortes emoções ao presenciar um fenómeno anómalo que se possa manifestar.

Se for um satélite artificial, avião, estrela que desaparece atrás de uma nuvem, etc, alguns vão sempre optar por ignorar a realidade, pois a simples possibilidade de um avistamento de OVNI é muito mais motivadora e excitante.

Formar um grupo para pesquisar e investigar ovnilogia e fenómenos associados é imuito mais fácil do que definir o objectivo real do grupo e os seus métodos de acção, organização e principalmente, a consciência da função de cada membro do grupo.

Se esses detalhes forem ignorados desde o inicio, mesmo que ocorram determinados fenómenos durante a investigação, o próprio grupo não saberá como tratá-los e registá-los e talvez todo o trabalho fique guardado num arquivo particular de um dos seus componentes, pois torna-se num trabalho não fiável e não é considerado como legítimo.

Portanto é necessário estruturar-se uma pesquisa criteriosa, cujo principal intento seja o de registar fenómenos considerados de origem ovniológica, pois apesar da probabilidade de se avistar algo realmente anómalo e desconhecido durante esse tipo de pesquisa ser ínfima, não invalida a necessidade de se organizar correctamente esse tipo de actividades.

A FORMAÇÃO DO GRUPO

Sobre os grupos que estudam ovnilogia, que actualmente realizam vigílias ou investigações de campo, podem ser classificados quanto ao seu conhecimento sobre o assunto:

Grupos bem informados

De alguma forma um ou mais membros do grupo possui alto grau de informação sobre temas de ovnilogia, permitindo discutir sobre as actividades que desejam realizar e traçar os objectivos do grupo, prevenindo-se desde o inicio contra pesquisas realizadas sem prudência e sem carácter científico ou investigativo.

Grupos pouco informados

Há um ou mais elementos no grupo que tiveram acesso a informação relacionada com ovnilogia através dos meios de comunicação social e em geral e através de outras pessoas, despertando assim intenso interesse sobre o tema, porém, sem se aprofundarem num estudo mais intenso. Nestes casos, é apenas o simples gosto pela aventura, o desafio do desconhecido e geralmente uma sensível aversão a qualquer tipo de metodologia que oriente os trabalhos. O risco de se comprometer a segurança e integridade fisicas, caso um grupo com essas características chegue a realizar uma vigilia, por exemplo, em locais afastados e selvagens, aumenta drásticamente.

Grupos inexperientes

São pessoas que estão a iniciar a busca por conhecimentos sobre o tema. É pouco provável que um grupo com estas características chegue a organizar-se para realizar investigação de campo e vigilias, mas se acontecer, também poderá expôr os elementos a situações de risco.

Invariavelmente, a formação de um grupo relacionado com ovnilogia geralmente ocorre pela reunião de pessoas interessadas pelo assunto, em torno de uma pessoa ou um grupo, por, de alguma forma, ter maior conhecimento sobre o fenómeno. Essa estrutura pode apresentar algumas variáveis, como por exemplo, o líder ou organizador ser um investigador, ou até mesmo testemunha de uma ocorrência ovniológica de um determinado grau. Porém, em ambos os casos, por tratar-se de um estudo carente de metodologia para a execução de pesquisas de campo, a inexperiência de como proceder em relação aos varios tipos de manifestações é bastante comum, perdendo-se assim dados valiosos, como já tem acontecido
.
Psicologicamente, o grupo tende a apoiar-se no indivíduo ou grupo que domina o assunto, creditando-lhe um preparo para organizar esse tipo de actividade. O grupo tonar-se vulnerável, não há estrutura para vencer a excitação e euforia desmedidas, que tendem a confundir factos simples, fenómenos explicáveis, de fenómenos desconhecidos. Além disso, a instabilidade emocional é incontrolável, principalmente se o grupo percebe insegurança na liderança, revelando a inexperiência num momento determinado de tensão, como por exemplo durante um avistamento não identificado nos céus.

ESTUDOS QUE VISAM ORIENTAR A PESQUISA DE CAMPO

É prematuro achar que se está completamente preparado para uma vigilia nocturna, apenas por acreditar que se sabe destinguir satélites artificiais de possiveis OVNI´s, ou por estar equipado com binóculos, bússolas e outros aparelhos de medição e rastreio. Entretanto, o principal elemento que é o grupo em si e a preparação dos respectivos elementos, é completamente ignorada durante a convocação para a vigilia.

ETAPAS

1) Preparação do grupo

O grupo deve promover frequentes reuniões, visando criar a integração entre os participantes. Debates sobre os mais variados assuntos geram opiniões e crenças, que facilitam o conhecimento mútuo, revelando preconceitos, temores, anseios e objectivos. É imprescindível que assuntos tais como religião, educação, família, vida, morte e futuro sejam abordados.

É importante conhecer a forma de pensar de cada indivíduo, pois assim pode-se traçar lentamente a personalidade do grupo como um todo. Além disso, essas reuniões revelam as aptidões e habilidades de cada componente, que poderão ser dirigidas para a delegação das tarefas e responsabilidades mais próximas de determinado perfil. O grupo deve desenvolver espontaneamente as suas lideranças, ou seja, os coordenadores das diferentes tarefas a serem organizadas e destribuidas.

2) Definição dos objectivos

É o momento de reuniões sobre o tema Ovnilogia. Aqueles que possuem maior intimidade com o assunto deverão expor o que actualmente se conhece a respeito. Temas como abduções, quedas de objectos voadores não identificados, implantes, descrição física e comportamental de seres observados, os diversos tipos de objectos voadores avistados, casos ocorridos em Portugal e nos outros paízes. A meta inicial é tornar o grupo homogéneo, no que se refere ao conhecimento sobre o assunto. Após esta etapa, torna-se possível definir o objectivo principal do grupo, que deve ser reconhecido por todos.

O que realmente se pretende atingir com a investigação de campo e com vigilias?

Pode parecer estranho, mas a maior parte das pessoas que assumem participar num evento deste tipo, não tem em mente questões importantes como:

* O que pretendo obter ao participar desta investigação?
* Quais os riscos aos quais me estou a expor?
* Os meus motivos estão em sintonia com os motivos do grupo?

Após isto, torna-se óbvio aos membros do grupo, reconhecer aqueles que participam apenas pela aventura e que efectivamente podem criar riscos desnecessários a si próprios e ao grupo. Há também os que ao se aperceberem da seriedade e riscos que tal evento lhes pode trazer, definem os aspectos técnicos para a recolha de dados e registos da pesquisa a ser executada.

3) Escolha do local

Na grande maioria, as vigílias ou investigações de campo são realizadas durante a noite, em locais distantes de centros urbanos, próximos a florestas, desertos ou praias selvagens, sem iluminação artificial que dificulte a observação e longe de curiosos. Esses locais possuem como característica fundamental uma forte concentração de aparições, que são relatadas pelos habitantes locais e acabam por vezes divulgadas na comunicação social e conhecidas na ovnilogia por “Hot Spots” (Zonas Quentes). Devemos saber se estamos a montar acampamento numa propriedade particular ou do Estado e adquirir previamente autorização para permanecer no local.

4) Conhecer os riscos

* Físicos – são os acidentes causados geralmente pelo desconhecimento das características do local, da vida selvagem existente, da falta de equipamento adequado para protecção individual, e pela imprudência perante um eventual fenómeno.

* Psicológicos – descontrolos emocionais causados pelo medo e despreparo, que podem causar sérios acidentes. Os riscos físicos existem, porém a fase de preparação deve necessariamente prever equipamentos de segurança, caixa de primeiros socorros, reconhecimento prévio do local, etc. Quanto aos riscos psicológicos, é praticamente impossível prever a reacção de cada pessoa perante a manifestação de um fenómeno desconhecido.
Porém, caso o grupo tenha previamente o conhecimento mútuo, criando assim um ambiente de união e harmonia, pode-se minimizar a probabilidade de reacções inesperadas de descontrolo ou de pânico, num momento eventual de forte tensão.

5) Equipamentos úteis para a pesquisa de campo

O grupo deve estabelecer a metodologia adequada para registar o fenómeno. Deverão ser eleitos os membros responsáveis pelos registos e operação de tais ferramentas.

A lista abaixo é apenas uma sugestão quanto as necessidades que surgem na vigilia e investigação:

a) Segurança do grupo:

* Caixa de primeiro socorros
* Lanternas
* Roupas e calçados adequados
* Rádio para comunicação ou telemóvel
* Mapas e guias para orientar a deslocação pelo local

b) Equipamentos para registo:

* Binóculos, monócolos ou telescópios
* Bússola
* Camara de vídeo
* Equipamento fotográfico profissional
* Gravadores

6) Regras de Segurança

Devem ser consideradas regras básicas de segurança, que preservam a integridade física e psicológica de todos os elementos do grupo.Deve se ter em conta a probabilidade de algum incidente ocorrer, mesmo que essa probabilidade seja minima.

Algumas sugestões:

* Grupo Principal – é o grupo que efectivamente acampa próximo a locais de constantes avistamentos atribuídos a OVNI´s. A sua função é registar o fenómeno com a maior número de dados possível, com equipamentos e ferramentas adequadas para tal tarefa.

* Grupo de Apoio – é composto por dois ou mais indivíduos, que deverão posicionar-se num local que permita visibilidade ampla da região. Esse grupo deverá manter contacto via rádio em períodos previamente definidos com o grupo principal. A sua função é garantir a segurança do grupo principal. Caso haja algum imprevisto, deve dirigir-se prontamente ao local do acampamento com veículo adequado, com o objectivo de recolher os seus elementos para local seguro.

O grupo principal deve considerar que qualquer aproximação de determinado fenómeno num raio de alcance pré definido, representa uma situação de risco e implica a finalização das operações

O grupo de apoio deve conhecer hospitais locais e telefones de emergência (polícia, bombeiros), caso necessite em situações de emergência.

7) Avaliação dos resultados

O grupo deve agendar reuniões pós-vigílias, visando organizar os dados recolhidos e fazer relatórios, pois a pesquisa deve englobar todas as vigílias realizadas. Isto ajuda a definir períodos de maior ou menor actividade de fenómenos em determinada região.

Os depoimentos gravados e transcritos deverão ser organizados por ordem cronológica nas várias actividades da investigação. A investigação como um todo deve receber um nome conhecido pelos membros. O grupo pode estabelecer cronogramas de actividades previamente agendados, durante o período de duração previsto para a investigação, ou seja, as datas de viagens, dias de reuniões para avaliação dos resultados, para estabelecimento dos procedimentos, divisão de tarefas e responsabilidades.

Além disso, deverá ser criado entre os membros um esquema de contribuições em dinheiro, visando o pagamento de equipamentos, materiais, serviços de revelação de fotos, combustível, mantimentos, e outras necessidades da pesquisa, e que o grupo eventualmente não disponha.

É fundamental que o grupo disponha de uma forma de divulgação dos resultados obtidos, ao concluir determinada investigação, como por exemplo:

* Realização de relatórios detalhados sobre toda a investigação, para consulta.
* Realização de reuniões abertas, onde pessoas interessadas pelo fenómeno possam conhecer o trabalho do grupo.
* Participação em congressos e eventos sobre ovnilogia, visando a divulgação dos resultados alcançados.
* Publicação detalhada em sites da temática ou do próprio grupo, caso lhe seja possível.

Artigo escrito por Gilberto G. Cordeiro, investigador do fenómeno OVNI há cerca de 18 anos.

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Luís Aparício

Luís Aparício

Chefe de redacção, fundador e activista.