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MISTÉRIOS DA SERRA DA ARRÁBIDA

Com base no que conheço de vários outros episódios estranhos passados na Serra da Arrábida, e pretendendo escrever algo sobre o assunto, resolvi tentar saber junto do Corpo de Escutismo de Setúbal algo documentado sobre a história, ao que me disseram que nada possuiam em virtude de terem perdido imensos documentos aquando duma cheia na cidade há vários anos atrás, tendo ficado apenas esses relatos na memória dos mais antigos que teriam falado pouco do caso que no entanto foi passando e sendo conhecido vagamente.

Assim, indicaram-me então o escuteiro ‘Nix’ da zona de Azeitão onde me dirigi e estive falando com ele sobre o assunto, pois que segundo me disseram era o único mais antigo que poderia saber alguma coisa sobre o caso. Na verdade ele o confirmou por ter sabido também de outros escuteiros mais velhos que contaram essa história passada no interior da Serra da Arrábida no túnel onde o grupo de aventureiros pretendia atravessar. Conta-se, pois, que a dada altura eles teriam visto uma claridade ao fundo do túnel por onde caminharam muito tempo e pensando que era já o outro lado da serra, não era senão um espaço enorme subterrâneo com várias construções que pareciam ser duma cidade antiga abandonada e a luz ambiente vinha das próprias rochas que formavam as paredes da enorme gruta.

A história só teria sido conhecida após muitos anos dessa experiência, pois os escuteiros mantiveram o segredo por motivos óbvios para salvaguardar talvez o local de invasores ou ‘profanadores’que o tomariam decerto com fins menos próprios, e quiçá muita coisa destruiriam como de resto se passou com algumas grutas ou mesmo ‘respiradouros’ de passagens subterrâneas que foram descobertos nas pedreiras de Sesimbra, e foram desfeitos com cargas de dinamite antes que alguém da Arqueologia soubesse e a pedreira fosse encerrada ou proibida de avançar na extracção do granito ou calcário. Mas isto é a minha suposição pessoal, claro!

Doutro modo conheço o que se passa por exemplo quando fazem rebentamentos na Pedreira e se repercute debaixo de solo até à Qtª de El Carmen a vários kilómetros de distância, no lado Poente da Serra da Arrábida, onde não se consegue abrir um poço por causa disso e as paredes exteriores da capela racham por acção das ondas que se propagam estremecendo o chão devido talvez à existência de vários túneis.

Enfim, na conversa havida com o tal escuteiro ‘Nix’, vários casos de fenómenos estranhos ele me contou, sendo um aquele em que estava na Serra numa noite com um grupo de escuteiros a ver a chuva de meteoritos anunciada há uns anos atrás nos órgãos de comunicação social, e viu uma bola luminosa vir na sua direcção que bateu nas rochas ao pé de si e saltitou várias vezes como se fosse uma bola de ping-pong durante 15 segundos e desapareceu da sua vista. Ele atribuiu isso ao facto da Serra ser uma zona fortemente magnética e teria atraido algo que não seria um meteorito mas outra coisa que não soube explicar. A verdade é que também já foi observado sobre o mar frente à Serra, 3 circulos luminosos testemunhados pelo próprio guarda do Convento da Arrábida (sr. Quirino) e por um grupo de 10 pessoas na praia do Creiro (entre Galapos e Portinho da Arrábida), entre as quais se encontrava a conhecida escritora Gilda Moura, autora do livro “Extase – O Rio Subterrâneo”. Todos viram os circulos surgidos do mar, como se viessem do fundo do oceano, e desapareceram no céu. Do mesmo modo, foi observado em tempos um OVNI que apareceu no Rio Sado, frente ao antigo Parque de Campismo, onde um homem mais o amigo estavam acampados e viram um objecto luminoso muito próximo que não emitia ruido algum, apenas um zumbido (como é caracteristico) tendo mergulhado depois e desaparecido na água.

O facto é que precisamente naquela zona as bússolas deixam de funcionar como se houvesse um grande campo magnético a interferir, não só nelas como nas transmissões de rádio. O meu pai que foi contra-mestre da Marinha Mercante durante muitos anos me confirmou isso, pois ali só se poderiam orientar pelos faróis da barra durante a noite. É curioso também haver no alto da Serra da Arrábida 3 cruzes em pedra no sítio onde as nuvens de trovoadas se afastam umas das outras como se uma força interna as forçasse a isso… É sabido também que o Convento está localizado sobre um triângulo magnético na serra com o vértice voltado para baixo conferindo ao local uma poderosa energia sentida por qualquer pessoa que ali esteja!

Mas não saindo do assunto principal que tem a ver com a história da ‘gruta do Abade’, eu perguntaria quem teria escavado aquele túnel de vários kilómetros de comprimento (tal como na Serra de Sintra) e outros mais que bifurcam uns nos outros no interior, com respiradouros para a superfície? E que construções estranhas eram aquelas desconhecidas que teriam sido habitadas em tempos e por quem? Mais estranho ainda é o facto de se dizer que Sintra e Arrábida estão ligadas uma à outra atravessando o próprio rio Tejo vários kilómetros abaixo deste, sendo ambas as serras ‘ôcas’ por dentro como se sabe.

Já agora, que dizer do misterioso desaparecimento do jovem João Tiago (escoteiro caminheiro) que foi visto pela última vez na zona do Portinho da Arrábida e até hoje não apareceu, nem o cadáver, nem a bicicleta que levava com ele? Lembro que participaram na busca centenas de pessoas (Bombeiros, GNR, Escuteiros e populares) que procuraram por toda a serra o jovem que nunca chegou a aparecer.

Outros mistérios ocultam a Serra que o próprio Frei Agostinho da Cruz escolheu para terminar seus dias como o poeta da Arrábida que um dia escreveu:

Alta Serra deserta, donde vejo
As águas do Oceano de uma banda,
E de outra, já salgadas, as do Tejo.

Aquela saudade, que me manda
Lágrimas derramar em toda a parte,
Que fará nesta, saudosa e branda?

Daqui mais saudoso o Sol se parte;
Daqui muito mais claro, mais dourado,
Pelos montes, nascendo, se reparte…

Notas herméticas:

(de Rui Palmela e Dr. Vitor Adrião)

A gruta em questão, cuja localização fica no seio da serra na mesma latitude do Convento e cujo acesso é através de um poço sem água localizado dentro duma Cripta, pelo qual se desce a um espaço subterrâneo com vários túneis que se estendem em várias direcções, e que só poucos aventureiros corajosos podem explorar.

Com efeito, já se escrevia numa Revista muito antiga, sobre as entranhas da Serra da Arrábida, o seguinte: “há na serra muitos e profundíssimos algares, o mais falado e medonho está no caminho que vai para a Nossa Senhora do Carmo, onde chamam Vale Bom, e segue 7 kilómetros por baixo de chão até sair no sítio da Água Branca. Algar quer dizer cova, sorvedouro ou brejo profundo”. (Revista O Domingo Ilustrado, nº 199 – vol. 4, 1900.)

Quanto às construções estranhas que o grupo de escuteiros teriam visto e lhes parecia uma cidade antiga, desabitada, cuja luz ambiente vinha das paredes da própria gruta, isso dá fé à narrativa de um verdadeiro encontro JINA, pois poderia muito bem em tempos idos sido habitada por um povo que se interiorizou mais ainda, um povo de BADAGAS. Isto leva à fábula etnogénica recolhida e divulgada por Santo Isidro de Sevilha, acolhida na Crónica do Mouro Razis, transmitida à tradição monástica portuguesa quinhentista e meados de seicentos, exposta por eruditos de nome como Manuel de Faria e Sousa no livro Europa Portuguesa – vol. I, IX, perpetuada por Frei Bernardo de Brito in A Monarquia Lusitana, Cap. I, XXII, quanto a Setúbal ser fundação bílbica do neto de Noé, TUBAL, que escolheu as imediações do Cabo Espichel para fundar essa cidade, iniciando assim após o Dilúvio o povoamento de toda a Hispânia.

Por outro lado, TUBAL tem relação com TUBALCAIM e a tradição ctónica da forja subterrânea do “Ferreiro” ou SERAPIS que forja os metais com os fogos do Seio da Terra. Há nisto algo de Saturno (Ctónico) e Marte (Metalúrgico), e não será por acaso que a herança arquetípica disso chegou à actualidade, onde os melhores metalúrgicos do País sediavam-se em Setúbal que, tal como os antigos Fenícios deste lugar, consertavam e construiam os navios que se faziam ao largo em rotas transcontinentais, indo mesmo até às Américas!… Por outro lado, sabe-se que os primeiros habitantes da Serra da Arrábida foram os SÁRRIOS, de que subsistem vestígios de fortificados em vários cabeços da serra. Estes Sárrios proto-históricos terão depois sido aglutinados pela cultura Romana e da sua época subsiste a memória descritiva de André de Resende (um seiscentista) em suas “Antiguidades da Lusitância”, em Setúbal, a antiga Cetóbriga, a Igreja de Stª Maria de Tróia foi levantada sobre o primitivo templo de Júpiter Amon, de que sobrou só o alpendre. Também na ponta do Outão foram descobertas em 1644 as ruinas dum outro templo consagrado a Neptuno (Deus dos Mares), enquanto no chamado monte Tormoinho existem ruinas dum outro templo que se diz consagrado a Apolo (SOL). De ambos os templos há provas arqueológicas documentadas.

Quanto ao “Triângulo Magnético” da Serra sobre o qual se situa o Convento da Arrábida, com o vértice voltado para baixo, aponta 3 direcções: S. Lourenço de Azeitão, Setúbal e Tróia, estando a Lapa de Stª Margarida no sopé subterrâneo da Serra como se fosse um 8º Templo a que se chega após passar pelas 7 Ermidas que descem a encosta numa ‘via sacra’ como se fossem os 7 dias da semana para esta mesma, os “7 Degraus da Escada de Jacob” referidos na Bíblia, ou os 7 Dhyan-Choans (Seres Ascencionados) ou os 7 Arcanjos Planetários, ou as 7 Cidades Aghartinas, cuja 8ª é Shamballah, no seio da Terra, o que confere simbolicamente com a localização subterrânea da Lapa de Stª Margarida, vértice principal do triângulo invertido, este considerado por Saint-Yves de Alveydre como o Triângulo de Maria, e algo mais que tem a ver com o 3º Logos ou Espirito Santo no seio da Matéria. É por esta razão que está uma Cruz de Avis sobre a entrada da Gruta da Lapa de Stª Margarida.

(Por Rui Palmela)
http://www.novaera-alvorecer.net/misterios_serra_arrabida.htm

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Luís Aparício

Luís Aparício

Chefe de redacção, fundador e activista.