Observação de objecto nocturno em vôo
Data: Agosto de 1980
Localização da observação: Rio Côa, estrada nacional 16 (Vilar Formoso/Guarda/Beira Alta)
Dados biográficos: Abel Gomes Ferreira, Engenheiro Químico e Professor Universitário
Breve descrição da observação.
Convém dizer que na altura (e hoje) um dos meus passatempos é a astronomia. Gostava de localizar as constelações e pensar nas coisas da astronomia e astrofísica.
De repente um objecto esférico alaranjado, sem brilho entrou no meu campo de visão vindo da direita.
Deslocava-se lentamente para sul, sem qualquer ruído. O objecto podia ser de dimensões apreciáveis de tamanho aparente como a lua muito acima do horizonte. O silêncio no local era quase total. A observação durou alguns segundos, mais de dez seguramente até o desaparecimento ter lugar atrás de um monte.
O objecto era sólido, compacto, não sendo oberváveis quaisquer vigias ou algo no género. Fiquei estupefacto. Não contava com nada daquilo. Coloquei a hipótese de se tratar de um bólide (meteoro de grandes dimensões) que tivesse sobrevoado a atmosfera terrestre sem sofrer impacto com o solo.
Mas essa hipótese é remota pois a velocidade de deslocamento era baixa e não se ouvia nenhum ruído nem o objecto possuía o brilho incandescente característico, variável, próprio dos meteoros de grandes dimensões. Isso é improvável. Avião não era de certeza.
Satélite também não. Para mim foi um OVNI pelo menos até aos dias de hoje. Não contei nada ao meu colega até à manhã seguinte. Ele a princípio não acreditou e gozou comigo. Penso que nunca acreditou.
Ele sabia que eu gostava e discutia muito estes temas. Quero aqui referir que, antes de entrar na Universidade conduzi com alguns amigos um programa de rádio (na Rádio Altitude da Guarda) o “INICIATIVA” onde se apresentavam e debatiam temas como os OVNIS, psicologia, história, política, religião.
A secção de Ovniologia à qual eu pertencia fez alguns trabalhos de campo, mormente na região da serra da Gardunha.
Aparência/ Descrição do objecto
Objecto de aparência sólida, baça de côr laranja. Não deixava qualquer rasto e não emitia qualquer som. Não se observaram vigias ou outras estruturas à superfície. Deslocava-se de norte para sul.
Distância e altitude estimadas para o objecto
O objecto tinha uma dimensão aparente semelhante à lua cheia no seu ponto mais elevado acima do horizonte- os dois braços estendidos na direcção do objecto levavam a que as duas mãos cobrissem quase o objecto.
Daí deduzir que as suas dimensões fossem apreciáveis. Como era de noite, foi difícil estimar a distância – por comparação com objectos fixos no terreno a distâncias conhecidas. O ângulo de observação era seguramente superior a 45 º.
Descrição da area e arredores (com breves divagações)
Trata-se de uma área muito acidentada com montanhas e vales, com afloramentos e formações graníticas, dominada pelo vale onde corre o rio Côa. A observação foi feita do rio junto à estrada nacional 16 – a estrada de serviço antes da existência da IP5 que passa a cerca de 1 km do local.
Não posso aqui deixar de referir que esta é uma entre várias observações de objectos e de uma forma geral fenómenos aéreos de índole “estranha” na região (que a nossa equipa do programa da rádio referido deu a conhecer).
Com um certo sabor a folclore OVNI e tradição oral será interessante ouvir o que dizem as “gentes” de algumas aldeias do vale do Côa mormente da serra da Malcata (Sabugal) que se referem a seres (?) os “moirinhos” encantados que são por vezes vistos a brincar nas margens do rio. Crianças de pequena estatura que “são um encanto”.
Os locais onde “segundo as lendas” são vistas tais criaturas terão subsolo rico. Lendas….é certo (?) mas …não-humanos, para-humanos? Talvez como referia Joaquim Fernandes e Fina D´Armada na sua interessante obra “Intervenção extraterrestre em Fátima” a propósito do(s) anjo(s) loiro(s) intervenientes no grande fenómeno de Fátima “Assim, a <
Comentários finais:
O tipo de observação, as suas características parecem não se enquadrar dentro dos fenómenos aéreos e astronómicos conhecidos. Dada a minha formação académica e minha experiência profissional não excluo no entanto uma explicação “terrena” nesses domínios (não posso e não devo).