Os peritos portugueses, que integraram a equipa de investigadores da Suíça e França, descobriram os três planetas extra-solares recorrendo ao método das velocidades radiais e ao espectógrafo HARPS, instrumento instalado num dos telescópios do Observatório de LaSilla, no Chile, pertencente à ESO (European Southern Observatory), observatório ao qual Portugal também está associado.
Através da utilização de instrumentos ópticos cada vez mais potentes, na última década foram identificados centenas de exoplanetas. Mas esta é a primeira vez que foi encontrado «um sistema composto por três planetas com massas semelhantes à de Neptuno, todos eles em órbitas quase circulares» , refere o comunicado oficial divulgado pela UA. Situado na chamada constelação de Puppis, a 41 anos-luz da Terra, o “tridente de Neptuno” está a orbitar «a HD69830, uma estrela próxima do Sol (a aproximadamente 41 anos-luz)» .
De acordo com os modelos teóricos elaborados pelos cientistas, o planeta que se encontra mais próximo daquela estrela deverá ser constituído maioritariamente por rochas, ao passo que o segundo terá uma composição mista de rocha e gases. O terceiro corpo está mais afastado da HD69830. «Parece ser constituído por rochas e gelos, rodeados por uma espessa atmosfera» , e terá uma massa semelhante à de Neptuno, encontrando-se na chamada «zona habitável do sistema» , reunindo condições propícias à existência de vida. Estes três ‘mundos’ giram em torno da estrela HD 69830 «com períodos de 8.67, 31.6 e 197 dias, respectivamente» .
De acordo com o estudo publicado na “Nature”, os primeiros dois corpos que se encontra mais perto do astro tem uma massa equivalente a 10 vezes a da Terra.
A descoberta do “tridente de Neptuno” eleva para 190 o número de exoplanetas identificados, aumentando também a possibilidade de existirem outros sistemas solares estáveis, nos quais possam orbitar planetas com uma composição semelhante à da Terra.