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Quatro países querem curso criado por português

Este curso sobre a possibilidade de vida extraterrestre tem a duração de um semestre e é destinado a “alunos que já têm pelo menos dois anos de licenciatura”, mas pode ser frequentado por estudantes de outros graus.

“Não lhe posso dizer as universidades específicas, porque isso iria contra a ética, penso eu. Há universidades interessadas nos EUA, no Reino Unido, na Austrália, no Brasil. Vai-se falando, vai-se estudando as propostas, e depois então se poderá dizer mais qualquer coisa”, afirmou Carlos Oliveira.

“Como é “upper division”, isso quer dizer que os alunos de mestrado e doutoramento também se podem inscrever e temos cerca de 10 por cento de alunos todos os semestres que já têm licenciatura concluída”, 30 por cento de áreas científicas e 70 por cento de áreas não científicas, referiu.

O funcionamento do curso foi explicado pelo próprio Carlos Oliveira num artigo recentemente publicado na revista International Journal of Astrobiology, intitulado “Aliens are us. An innovative course in astrobiology” (Extraterrestres somos nós. Um curso inovador em astrobiologia).

O docente realçou que “o curso neste momento está muito mais direccionado para o pensamento crítico em geral do que na altura em que o ‘paper’ [artigo] foi escrito.

“O curso vai muito mais longe do que a simples ideia de extraterrestres. Existem várias actividades (praticamente todas) que promovem o pensamento crítico e algumas delas nem têm a ver com extraterrestres”, referiu, dando como exemplo “ideias disparatadas sobre o Homem não ter ido à Lua”

“O que o curso pretende é avaliar a argumentação científica, ou seja, lógica e racional, dos alunos. Esta é uma das razões para a existência de alunos das mais diversas áreas, incluindo, por exemplo, administração pública, negócios, educação e jornalismo”, acrescentou.

Carlos Oliveira explicou que “o curso promove uma imaginação muito mais além do que aquela que se vê em Hollywood, na TV, e até por vezes na ciência”.

Licenciado em Astronomia, Carlos Oliveira prevê concluir em Dezembro o doutoramento em Educação para a Ciência, com especialização em Astrobiologia.

“Tudo aponta para que exista vida extraterrestre”, afirmou Carlos Oliveira, salientando que também tudo apontava para a existência de planetas extra solares (exoplanetas) antes de eles começarem a ser descobertos.

“O ensino da astrobiologia é vital na sociedade do século XXI”, disse o docente, destacando a ligação desta área a outras ciências, como a astronomia, biologia e química.

Este autor publicou no CAP Journal um artigo que entre outras coisas podemos citar:

vAlém disso, há um fascínio pela possibilidade da existência de vida fora da Terra. Nos últimos 10 anos, estudos feitos pela Gallup, ABC, CNN, etc, mostraram que a maioria dos Americanos e Europeus acreditam em vida extraterrestre. Adicionalmente, existem vários filmes de ficção científica com extraterrestres que foram tremendo sucessos de bilheteira.

Isto mostra o interesse – e motivação – que as pessoas têm por temas relacionados com a astrobiologia. Sendo assim, astrobiologia é o isco perfeito para atrair as pessoas para estudarem ciência, a sua natureza, e o seu aspecto multidisciplinar.

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Luís Aparício

Luís Aparício

Chefe de redacção, fundador e activista.