“Sines é a Meca do ovni em Portugal”. A frase sai sem qualquer engasgo para Nuno Alves. Não lhe restam dúvidas. Porque?
Porque ele próprio é a testemunha e narrador de uma série de observações de fenómenos aéreos “estranhos”na região, que vai registando e analisando com o rigor possível.
Estuda Sines desde o ano de 2000, os suficientes para conseguir apresentar uma teoria de sua autoria que poderá ajudar a explicar porque é que os céus do concelho são tão propícios a avistamentos de objectos não identificados. “Penso que está relacionado com o caso de outros países ou regiões como os Andes, que trabalham muito com redes energéticas e barragens. Se formos ver Sines Sob Satélite, vemos que é uma antena parabólica gigante. Temos as fábricas que geram energia electromagnética, que se expande, embatendo na Serra e é devolvida”.
Depois, prossegue o raciocínio sem interrupções, dá – se uma “fricção” que “provoca ondas hertz” e que “criam um canal de transmissão”, que poderá ser o “chamariz” dos tais objectos.
Sim e Não. São estes os pólos que caracterizam que Nuno Montez da Silveira, Presidente da Sociedade Portuguesa Ovnilogica, faz sobre a anunciada posição de relevo de Sines na rota do fenómeno ovni em Portugal.
Se é certo que o conselho é referenciado no meio – a Revista brasileira UFO fez capa em 2006 com o artigo Ufos em Portugal e a Internet tem centenas de artigos sobre o assunto – há a importância. “O que posso dizer é que Sines e o Litoral tem uma incidência maior de observações ovnis do que o interior do país, mas também é onde há maior concentração de pessoas e muitas no interior ainda não tem acesso á Internet, nem conhecem as associações”, avança. Além disso, o Presidente da SPO levanta dúvidas quanto á credibilidade das estatísticas apresentadas para Sines, dado que as mesmas resultam em grande parte, de uma única pessoa Nuno Alves.
O sítio da Associação de pesquisa Ovni (APO) cita em diversas situações as convicções de estudiosos residente em Sines mas, ainda assim, assume com algumas reservas o Rotulo que foi colocado pelo seu presidente da APO, Luís Aparício, fez notar que para se “considerar um avistamento qualquer há a necessidade de haver várias testemunhas e, nestes casos, só temos o Nuno Alves a reportar portanto, não há certezas”. O Litoral segundo o responsável, é muito mais rico em visitas de (Osnis) , desde a ponta de Sagres à Ericeira, sem esquecer a Arrábida, Outão, Guincho e Sines. “Podem ser civilizações que têm bases aqui mas também podem viver por debaixo de nós” teoriza.
A DUVIDA OVNIPRESENTE
“Tenho notícias fresquinhas, um vídeo de mais “um que via a 3 de Agosto”.
Foi assim que Nuno Alves anunciou a sua mais recente descoberta, desta vez para os lados do Porto de Sines, quando se encontrava num navio de gás.
O vídeo está alojado no “You Tube” e é mais um elemento que se junta á lista de cerca de duas dezenas de avistamentos. Há, no entanto, episódios que relembram com maior empolgamento (ler também casos que desafiam a Lógica).
A 11 de Abril de 2005, dois aviões da Força Armada Portuguesa ultrapassaram a barreira de som em auxilio de um outro que estaria em dificuldades de comunicação, provocando um grande estrondo, semelhante ao barulho de explosões, audíveis em Sines, santo André e arredores. O caso nada teria de que ver com ovnis, não fosse o facto de muitos duvidarem das explicações oficiais dadas na altura. A história lê – se ainda hoje no Sítio da APO e Nuno Alves defende que se tratou de uma perseguição feita pelos militares na ânsia de capturar objectos não identificados.
Dois anos antes, na Borealis (actual Repsol), deu – se mais um fenómeno que não lhe passou despercebido e que catalogou como um dos “melhores”.
Um estranho objecto permaneceu junto a uma das chaminés da fábrica durante cerca de duas horas e os funcionários, segundo conta não encontraram explicação plausível para o assunto, até porque ali, vinca, “o voo está interdito”. O filme da ocorrência, alegadamente, feito por um dos seguranças, e a que o Noticiário de Sines teve acesso, mostra um pequeno ponto branco e brilhante em movimentos incertos, mas que ninguém parece lembrar – se da situação. O Noticiário de Sines acertou diversos contactos com funcionários da empresa mas os comentários sempre negaram a lembrança de qualquer história do género.
Também sem correspondência está um relato que data de 12 de Junho de 2005 e envolve dois agentes da GNR do Posto de Santo André. Para investigar mais sobre Sines, considerado “um laboratório de pesquisa ovni” Luís Aparício e uma equipe que o acompanhava decidiu sondar as autoridades.
A acção, segundo se lê num artigo escrito por si e publicado no sítio da APO, deu resultados, uma vez que os dois militares acabariam por confessar ter visto “mais de 30 objectos de três em três minutos” e um outro “com cerca de quatro metros de altura ” lançava “chamas” na parte superior.
Neste caso, os dois agentes desmentiram categoricamente ao Noticiário de Sines a veracidade dos conteúdos publicados.
“Aproveitou – se da situação”, lamenta o Soldado Pedro Canheto que confirma a presença do Presidente da APO no posto e a troca de algumas impressões, mas que recusa liminarmente ter feito relatos pessoais ou desenhado ovnis num relatório.
Luís Aparicio, por seu lado, diz não ser “compreensível que agora queiram desmentir” a um órgão de comunicação social, mas que garante ser “tudo verdade”.
As contradições são de resto muito frequentes quando se fala de situações que fogem à realidade comum e o pudor social é um dos argumentos avançados pelos ovnilogistas, estudiosos ou curiosos para explicar a tendência.
Quem acredita ter visto um objecto não identificado, ou passado por experiências extraterrestres (como é o caso de abdução), muitas vezes não tem coragem para assumir ou partilhar com alguém sob pena de ser considerado desequilibrado.
Muitas vezes temos que usar pseudónimos para que o artigo vá para a frente porque as pessoas não querem dar o nome devido ao preconceito da sociedade, evidencia Luís Aparício.
Sílvio G., que diz já ter visto alguns ovnis (ler também “acredito porque já vi muita coisa”), dá o exemplo pessoal de quando era criança: “Para não passar por maluco, só falava disso com um ou dois amigos que se interessavam por esse tipo de coisas”.
INVESTIGAÇÃO CASEIRA
Perceber se sabe o que é um hidroavião, um avião planador ou um dirigível, se está atento às novidades da aeronáutica militar dos Estados Unidos, se tem medo do desconhecido ou é sugestionável são apenas algumas das perguntas que integram o primeiro grupo do questionário geral da APO distribuído aos interessados em relatar algo diferente.
As restantes secções pedem informações detalhadas sobre o local e tipo de avistamento e terminam com uns métodos científicos para determinarmos se foi, ou não verdade. A informação de cada um e as sinergias geradas entre profissionais de diferentes ramos do saber são, por norma os grandes instrumentos da investigação de quem quer saber mais sobre o fenómeno. Na Sociedade Portuguesa de Ovnilogia existe “uma equipe transdisciplinar”, composta por físicos, químicos, biólogos e pessoas ligadas aos controladores aéreos e á aeronáutica e que muitas vezes, dão informação pela porta do cavalo, reconhece Nuno Montez da Silveira. Os programas de tratamento de imagem são também muito utilizados por grupos e mesmo indivíduos que com a formação adequada conseguem inserir filtros e adicionar colorações para tentar despistar anomalias fotográficas. De resto Utilizam – se os tradicionais instrumentos da ciência, como a bússola ou telescópio. Os mais sofisticados , esses, ainda não são acessíveis à maioria dos Ovnilogistas e curiosos e além disso dizem, é preciso que as mentalidades também acompanhem a evolução.
Nuno Alves, vai continuar a sua batalha e tem na carteira projectos para Sines, onde se inclui uma exposição alusiva ao tema ovni, a nível mundial e local e a criação de uma associação na cidade de Sines pode ser explorado ao nível turístico nesta área porque á muitas pessoas que se interessam pelo tema e se deslocam ao Brasil onde há evidencia ovni para fotografar e ver com os próprios olhos.
Em Sines ainda é mais fácil!
Defende Nuno Alves. “E já que Sines é um dos pontos mais importantes do país, por que não começarmos a explorar o que é nosso?”.
VOCABULARIO BÁSICO
OVNI – objecto voador não identificado
OSNI – objecto submarino não identificado
UFO – termo internacional utilizado para Identificar objectos voadores não identificados Cuja sigla significa “unidentified flying object”
ABDUÇÃO – rapto ou sequestro de seres humanos por ocupantes de ovnis.
CASOS QUE DESAFIAM A LOGICA
2007/ entre Azinheira de Barros e Canal Caveira
Observação de uma esfera prateada que rodava entre si, com deslocação rápida, com cerca de um a dois metros.
Autoridades receberam dezenas de chamadas a relatar o acontecimento.
2005/ Sines
Observação de um objecto aéreo do tipo tubular, com luzes na parte de baixo, que emitiu flashes.
2003 / Borealis, Sines
Observação, filmada, de um objecto aéreo brilhante que se manteve junto a uma das chaminés da fabrica entre as 5 e as 7 da manhã.
1998 / Entre Alcácer do Sal e Torrão
Observação de objecto aéreo com uma identificação semelhante a um charuto, uma massa de luz, que não emitiu qualquer som e se deslocou à velocidade do vento.
Não pensei em extraterrestres.
Sai de casa e vi uma luz diferente das outras, parecia uma estrela com muitos bicos, grande. Disse não se movimentava, não é uma estrela igual ás outras, Sol não podia ser…”A luz era tal e qual a do Sol, mas com vários raios á volta. Chamei o meu marido para ver, era fora do normal. Depois passado um tempo aquilo parecia que não estava bem fixo ao céu, estava mais… perto. Entretanto fui chamar a minha vizinha para ver também e desapareceu, mas mais ainda esteve uns cinco minutos.
Não me assustei nada, nunca pensei que fosse um ovni. Pensei numa estrela diferente!
Depois houve outras pessoas que realmente também viram, inclusive um casal que vive num monte.
Se acredito em Ovnis? Bem … aquilo era qualquer coisa de diferente, mas naquele momento não pensei em extraterrestres.
Soledade Santos, 58 anos comerciante, Sines.
SE AQUILO PARASSE, FUGIA!
Em São Torpes, talvez em 1994, estava a experimentar um carro, era cerca da Meia-noite, quando parei por detrás do café para urinar.
Foi nessa altura que ouvi um barulho estranho pareciam umas latas a bater umas nas outras, ia rodando e por baixo haviam luzes de várias cores a acender e a apagar.
Ás tantas passou mesmo por cima de mim, e apareceu – me que ai já vinha mais baixo, mais ou menos a uns cinco metros. A configuração faz lembrar aqueles cogumelos abertos.
Tudo se passou em cerca de meio minuto.
Achei aquilo engraçado, era realmente bonito. Pensei afinal tenho oportunidade de ver uma coisa destas!
Se aquilo parasse naturalmente fugia!
No outro dia fui comentar isso no banco e foi quando me disseram que outras pessoas também tinham visto.
António Messias, 58 anos, Taxista, Sines.
Nesta matéria saiu a capa da Revista UFO VIA, N-º 3 Abril de 2006 “Sines Capital dos Ufos Em Portugal, e destaque á Revista Ufo referente á matéria de 2006 Ufos em Portugal.
Noticiário de Sines
Jornalista Ana Marques