A equipe de pesquisadores passou por momentos de tensão antes da confirmação de que a nave havia conseguido alcançar a órbita de Marte, enquanto o satélite passava atrás do planeta, processo que durou cerca de meia hora até que a nave voltasse a fazer contato.
A Nasa prevê que só a partir de novembro a sonda possa começar a analisar a atmosfera, as características de superfície e as estruturas geológicas subterrâneas de Marte.
Com a chegada do MRO, o número de satélites terrestres em torno de Marte chega a quatro. O Mars Global Surveyor e o Mars Odyssey, ambos da Nasa, já se encontram lá, enquanto a Agência Espacial Européia tem o seu Mars Express.
Na superfície marciana, duas sondas-robô americanas –a Spirit e a Opportunity– continuam a enviar dados para a Terra, bem depois do tempo útil que muitos acreditavam que elas teriam.
“Freio de ar”
A MRO entrou em uma órbita elíptica de 35 horas que lhe permitirá gradualmente iniciar o processo de “aerofrenagem” que deve durar seis meses até o início das pesquisas.
No entanto, o diretor de projetos da Nasa Jim Graf afirma que não se pode ficar “superconfiante”.
“Marte nos ensinou isso. Dois dos últimos quatro satélites da Nasa enviados a Marte não resistiram à aproximação final”, disse Graf.
Historicamente, apesar do grande número de objetos terrestres que hoje se encontram em Marte, o balanço também é alarmante: desde 1960, 21 das 35 missões enviadas ao Planeta Vermelho fracassaram.
A Nasa calcula que serão necessários seis meses de aerofrenagem, uma técnica que consiste na passagem da sonda muito próxima à atmosfera marciana para utilizar as moléculas de ar como um freio que também muda a trajetória orbital.
Depois de cerca de 500 passagens de “aerofrenagem”, o MRO chegará à sua órbita ideal, de cerca de duas horas, e que o levará para muito mais perto do que os outros satélites operacionais.
A expectativa da Nasa é que o satélite envie dez vezes mais informações por minuto do que qualquer outra missão da Terra a Marte.