A existência de água em Marte no passado foi constatada pelos veículos exploradores Spirit e Opportunity em 2003, pouco após sua descida no planeta.
Nasa
Imagem da sonda MRO mostra detalhes de rochas em Marte
Segundo o estudo, as novas provas são constituídas por fotografias coloridas tiradas pela câmara de alta resolução da MRO, que mostram dezenas de camadas rochosas de diferentes tons e cortadas por dunas escuras.
As imagens indicam que nessas camadas há uma série de fraturas rodeadas pelo que a Nasa qualifica como halos de rocha de tons claros. Segundo os pesquisadores da agência espacial, os halos constituem “a mais clara evidência do fluxo de líquidos na camada rochosa”.
Os minerais presentes nesse fluido atuaram como cimento que resistiu à erosão do vento e a rocha é, agora, um registro de atividade hidrológica, em que poderia ser investigado se houve algum lugar “habitável” no passado marciano, disseram os pesquisadores.
Segundo Chris Okubo, autor principal do estudo e investigador do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, as imagens sugerem que os fluidos subterrâneos (provavelmente água, dióxido de carbono líquido ou uma combinação de ambos) fluíram de maneira abundante no canal “Candor Chasma”, da região ocidental de Marte.
Esse canal faz parte do vale chamado “Vales Marineris” e é o maior acidente geológico no sistema solar, incluindo o canal do Colorado, nos Estados Unidos. Uma vez formados, esses acidentes passaram a ser a bacia pela qual fluíram líquidos provenientes de um reservatório subterrâneo, diz a revista.
Segundo Alfred McEwen, professor de ciências planetárias da Universidade da Califórnia, é provável que o fluido tenha sido água, um ingrediente principal de qualquer cenário de vida, passada ou presente, em Marte.
A análise direta da composição química da rocha mediante as operações de futuros veículos exploradores em Marte ajudará a confirmar isso, afirmou Alfred.