O maior defensor dessa iniciativa foi o famoso astrônomo americano Carl Sagan (1934-1996), da Universidade Cornell, que coordenou os esforços para criar o conteúdo do que acabou apelidado de “Golden Record” (Gravação Dourada).
Nela, existem 115 imagens e uma coleção enorme de sons da natureza terrestre, como as de ondas, vento e trovão, pássaros, baleias e outros animais. Também foram incluídos trechos de músicas de diversas épocas e saudações faladas em 55 línguas humanas, que iam de acadiano, língua falada na Mesopotâmia 5.000 anos atrás, a wu, um dialeto chinês moderno.
Na “capa” do disco, algumas informações simples de como “lê-lo” — possivelmente o manual de instruções mais universal já produzido. Veja na imagem acima.
No canto superior esquerdo, aparece um desenho facilmente reconhecível do disco e da agulha transportada junto com ele. Ela aparece posicionada na posição correta para começar a tocar o disco.
Uma marcação inscrita ao redor dessa representação do disco indica, em notação binária, o tempo correto de uma rotação do disco, 3,6 segundos, em termos de unidades de 0,7 bilionésimo de segundo — tempo associado a uma transição fundamental do átomo de hidrogênio, o mais comum em todo o Universo.
Logo abaixo, o disco aparece de perfil na figura, e uma notação indica o tempo para a conclusão da leitura de um dos lados da gravação, cerca de uma hora.
No canto superior direito, estão as instruções para que se torne possível reconstruir as imagens codificadas no disco. O primeiro desenho mostra o sinal típico que aparece no início de uma figura — codificada numa série de linhas verticais, como uma imagem de tevê (com a exceção de que, na televisão convencional, as linhas são horizontais). Essa informação aparece para os ETs a seguir, nos dois quadros abaixo. O último deles é uma representação da primeira imagem do disco, para que o alienígena saiba que fez tudo direitinho.
O desenho no canto inferior esquerdo revela a localização do Sol — a nossa localização. O Sistema Solar é o centro das linhas, e cada linha liga o Sol a um pulsar. No total, são 14 pulsares catalogados, e como esses objetos são fáceis de detectar, seria possível que os ETs usassem suas posições para deduzir de onde somos.
Finalmente, no canto inferior direito, duas representações do átomo de hidrogênio em seus estados menos energéticos, com uma linha conectando os dois e um dígito 1 para indicar o intervalo de tempo associado à transição de um estado para outro — essa é a explicação da escala de tempo usada para interpretar todos os outros números presentes na marcação, em código binário